Efeito do 24-Epibrassinolídeo na tolerância ao estresse salino em cultivares de feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) WALP.]
Brassinosteróide, estresse salino, Vigna unguiculata.
O feijão-caupi é umas das principais culturas da agricultura familiar, especialmente no Norte e Nordeste do Brasil. E essa importância não se restringe apenas a alimentação humana de alta qualidade, pois esta leguminosa também é muito utilizada na alimentação animal, quer no pastejo, capineira ou mesmo na forma de silagem, bem como é um eficiente agente de proteção do solo. Entretanto o cultivo do feijão-caupi ainda ocorre com técnicas tradicionais, sem haver preocupação com aumento de produção ou melhoria de produtividade. Situação que impõe a cultura do feijão-caupi condições adversas de cultivo causando um grande rol de diferentes estresses ambientais, sendo a salinização do solo e das águas de irrigação um dos fatores mais limitantes do desenvolvimento vegetal. O conhecimento dos mecanismos bioquímico e fisiológico sob os quais ocorrem o estresse salino, os danos causados aos vegetais, bem como as formas de proteção, reação e reversão destes danos, é de suma importância para a agricultura de um modo geral. E neste sentido a descoberta dos Brassinosteroides (Brs), fitormônios reguladores bioquímicos de muitos processos fitobiológicos, criou um pool enorme de opções de estudo que corroboram a importância das pesquisa de desenvolvimento vegetal sob condições de estresse. Em fase do exposto, este trabalho teve como objetivo estudar a ação dos brassinosteróides como atenuador do estresse oxidativo, geradas pelo estresse salino em dois cultivares de feijão- caupi. As cultivares utilizadas para o experimento foram de Vigna unguiculata (L.) Walp.: BRS Tapaihum e Manteiguinha, classificadas como tolerantes e sensíveis ao estresse salino, respectivamente. Foi utilizado delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 2 x 3 x 3, com duas cultivares de feijão-caupi, três concentrações de brassinosteróides (0, 0,2 e 0,4 μM Br) e três concentrações de NaCl (0, 75 e 150 mM NaCl), com 4 repetições. O Teor de Na nas folhas apresentou aumento médio de 441% e 479,2 % para as cultivares Manteiguinha e BRS Tapaihum, respectivamente, com os tratamentos de 75 e 150 mM NaCl em relação aos tratamento testemunha (0 mM NaCl). Após a adição de Br na solução houve redução média de 33,24% e 39,82% para as cultivares Manteiguinha e BRS Tapaihum, respectivamente, com os tratamentos de 0,2 μM Br e redução média de 41,13% e 48,28% para as cultivares Manteiguinha e BRS Tapaihum, respectivamente, com os tratamentos de 0,4 μM Br. A atividade das enzimas antioxidantes (CAT, SOD, APX e GPX) foi elevada nos tratamentos com maiores concentrações salinas (T4: 75 mM NaCl e T5: 150 mM NaCl), permanecendo constante após a adição de BR na solução. O resultado do trabalho nos permite inferir que os BRs exercem ação positiva como atenuadores do estresse oxidativo, gerado pelo estresse salino em feijão-caupi.