Identificação da microbiota do cacau durante o processo de
fermentação utilizando técnicas moleculares.
Bactérias, cacau, fermentação espontânea, metabarcoding, proteômica
O cacaueiro (Theobroma cacao L) é uma árvore frutífera amplamente cultivada no leste do Brasil, com a região norte ganhando destaque na produção, sendo um componente essencial da economia da agricultura rural do Estado do Pará. Um passo crucial na produção de cacau é a fermentação espontânea. Nesta fase, a
atividade microbiana é fundamental, o que influencia diretamente na qualidade final do chocolate. Este estudo avaliou a abundância relativa de bactérias e fungos, adiversidade de proteínas expressa por tais microrganismos em diferentes estágios de fermentação espontânea de grãos de cacau, além da sua composição centesimal e o perfil de compostos aromáticos, presentes nos mesmos. Os resultados da diversidade microbiana mostraram que as leveduras dos gêneros Saccharomyces, Kluyveromyces e Yarrowia, bem como as bactérias pertencentes ao gênero Weissella, Lactobacillus e Acetobacter, foram mais abundantes através da fermentação espontânea. As proteínas expressas por microrganismos demonstraram a atividade de diferentes espécies ao longo do processo, principalmente relacionadas às enzimas envolvidas na glicólise (ou seja, gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase, enolase, isomerase de trifosfato e fosfoglicerato quinase). A atividade metabólica dos microrganismos foi dinâmica ao longo do processo, demonstrando a maior produção de enzimas relacionadas ao metabolismo da levedura nos estágios iniciais de fermentação e bactérias nas fases subsequentes do processo. Indicando que diferentes microrganismos participam da fase de fermentação espontânea, e sua atividade varia através do processo.