A PESCA INDUSTRIAL PARA PEIXES DIVERSOS NA PLATAFORMA CONTINENTAL AMAZÔNICA
pescada-gó, arrasto de fundo, costa norte, litoral norte.
Este trabalho caracteriza e descreve a diversidade capturada na modalidade de pesca industrial com rede de arrasto de fundo para peixes diversos, introduzida na plataforma continental amazônica a partir do ano de 2010. O trabalho teve como base de dados, informações coletadas a bordo de embarcações licenciadas para captura de peixes diversos nos meses de janeiro, abril e junho de 2013 e abril, maio, agosto e setembro do ano de 2014, totalizando 227 lances de pesca e 434,9 horas de arrasto (conduzido pelo Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Norte - CEPNOR/ICMBio), conversas informais com pescadores, registros fotográficos e informações disponíveis na home page do Ministério da Pesca e Aquicultura. Para a pesca de peixes diversos existem 162 embarcações permissionadas, divididas em três grupos: 14 embarcações que dispõem de licença exclusiva para captura de peixes diversos (operando com arrasto simples ou arrasto de fundo em parelha); 48 embarcações que possuem licenças para a pesca industrial da piramutaba Brachyplatystoma vaillantii e peixes diversos (operando com arrasto de fundo em parelha ou trilheira) e 100 embarcações licenciadas para a captura de camarão-rosa Farfantepenaeus subtilis e peixes diversos (operando com arrasto de fundo simples ou duplo). As embarcações apresentam as mesmas características estruturais da frota piramutabeira e camaroneira e são tripuladas por sete pescadores, com tempo médio de pescaria de 15 dias, operando diurnamente, 12 meses ao ano. O estudo identificou 23 espécies de peixes e 3 espécies de camarões, distribuídas em 24 gêneros e 14 famílias. Os resultados da análise dos índices de diversidade por categoria de estação e profundidade revelaram maior riqueza de espécies (S) na estação chuvosa do que na estação seca e superioridade nas categorias de profundidade CP3 (30-35 m) e CP4 (35-40 m). A pescada-gó Macrodon ancylodon é a espécie com maior frequência de ocorrência por lance de pesca, sendo capturada em 100% dos lances. Considerando a complexidade da pesca industrial no estuário amazônico e seus impactos no equilíbrio biológico desse sistema, o estudo sugere uma reavaliação nos quantitativos das permissões de pesca complementar para a captura de peixes diversos com rede de arrasto de fundo na plataforma continental amazônica, bem como adoção de novas políticas e práticas do monitoramento das áreas de atuação da frota industrial permissionada.