Comunidade macrozoobentônica na zona entre-marés, de uma praia arenoso no norte Brasil (Ilha de Algodoal–Maiandeua no Estado de Pará): Base para um futuro plano de manejo
Ecologia, Macrofauna, Bentos, Litoral Amazônico
Praias arenosas são ambientes dinâmicos e complexos, influenciados por diversas forçantes físicas (WRIGHT; SHORT, 1984; SHORT, 1996), que também influenciam a distribuição, estruturação e composição dos organismos macrozoobentônicos (McARDLE; McLACHLAN, 1992). O trabalho tem por objetivo conhecer e descrever a estrutura da macrofauna bentônica da zona entre-marés da ilha de Algodoal - Maiandeua que é uma área de proteção ambiental (APA), desde 1990, localizada no Estado do Pará. As amostragens da epi–endomacrozoofauna ocorreram em outubro 2012 (período seco), abril 2013 (período chuvoso) e outubro 2013 (período seco), utilizando um cilindro PVC de 60 cm2 a uma profundidade de 30 cm ao longo de três transectos, cada um com 8 estações, separadas por intervalos de 50 m. O material foi peneirado em peneiras de análise granulométrica, padrão ISSO 3310-1 de malha de 1 mm e fixados em formalina a 5% e tamponado com tetraborato de sódio. Foram identificados 1036 indivíduos. No período seco os poliquetas foram numericamente dominantes, Orbinia sp. 220 (21%), Nephtys glabra 136 (13%) e Scolelepsis goodbodyi 119 (11,5%), no período chuvoso o amphipoda Phoxocephalopsis sp. 72 (7%), Bledius sp. 54 (5%) e o isopoda Excirolana armata 19 (2%), foram os organismos mais representativos. O regime e intensidade das chuvas pode ter influenciado a menor abundância (167) e diversidade dos organismos (15), no período chuvoso. No período seco, a quantidade (869) e diversidade de espécies (27) foi maior, o que talvez esteja ligada a maior estabilidade do substrato, que promoveria um incremento na quantidade e diversidade das espécies.