ESTRUTRA E DIVERSIDADE DA COMUNIDADE DE Callinectes STIMPSON, 1860 EM ESTUÁRIOS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Siris, Callinectes, Nordeste Paraense, Callinectes bocourti, Callinectes danae, Callinectes exasperatus, Callinectes ornatus
Os siris do gênero Callinectes Stimpson, 1860 são crustáceos explorados economicamente nos estuários e baías de todo o continente americano. Existem aproximadamente 300 espécies de Decapoda da família Portunidae que ocorrem no Atlântico Ocidental. Destas, 20 são encontrados na costa brasileira e, 11 são encontradas na costa do Pará. No Brasil existe um grande potencial pesqueiro para as espécies do gênero Callinectes, sendo que a captura é praticada de forma artesanal por pequenas comunidades pesqueiras distribuídas por todo o litoral. Devido à grande diversidade e importância ecológica e econômica que os siris do gênero Callinectes possuem na costa norte brasileira, faz-se necessário informações sobre a estrutura e a diversidade de siris do gênero Callinectes em estuários da Amazônia brasileira, para uma captura sustentável. Os exemplares foram capturados, mensalmente, no período de outubro/2011 a dezembro/2012, com puçá de arrasto nos estuários dos municípios de Vigia de Nazaré, Salinópolis e Bragança. Quatro espécies de siris capturados foram identificadas: Callinectes bocourti A. Milne Edwards, 1879, Callinectes danae Smith, 1869, Callinectes exasperatus Gerstaecker, 1856 e Callinectes ornatus Ordway, 1863. C. bocourti foi a espécie mais representativa, participando com 72% da captura total. Os machos representaram 64,72% dos exemplares analisados e, C. exasperatus foi mais representativa quanto ao número de fêmeas capturadas. O estudo registra a primeira ocorrência de C. exasperatus em estuários paraenses. As identificações aconteceram no Laboratório de Crustáceos do Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Norte (CEPNOR). Os 1.043 espécimes identificados foram distribuídos entre: Callinectes bocourti (n = 751), Callinectes danae (n = 252), Callinectes exasperatus (n = 37) e Callinectes ornatus (n = 3). Em Vigia de Nazaré foi verificado uma menor riqueza (n = 2) em relação à Bragança e Salinópolis (n = 4). O índice de diversidade de Shannon foi de 1,15 bits.ind-1 em Bragança, de 1,22 em Salinópolis e de 0,02 bits.ind-1 em Vigia de Nazaré. A equitabilidade foi de 0,57 em Bragança, 0,61 em Salinópolis e 0,02 em Vigia de Nazaré. Os siris foram encontrados preferencialmente no período seco.