ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DO PROCESSAMENTO DE PRODUTOS DA PISCICULTURA NO ESTADO DO PARÁ, ANAZÔNIA, BRASIL
Aquicultura. Agregação de valor. Aproveitamento industrial. Beneficiamento. Tecnologia do pescado.
A piscicultura é o ramo da aquicultura mais desenvolvido no estado do Pará sendo praticada em seus 144 municípios. A maioria dos empreendimentos aquícolas é de pequeno porte, adotam regime de economia familiar, ofertam uma baixa diversidade de produtos ao consumidor final, com os proprietários ausentes de organizações sociais que poderiam auxiliar na aquisição de insumos e na comercialização do pescado produzido. Apesar do território paraense apresentar um parque industrial consolidado para o processamento de peixe nas proximidades de Belém e em municípios litorâneos, os canais de comercialização de pescado apresentam uma quantidade limitada de peixes oriundos de piscicultura, o que reflete diretamente sobre a oferta de produtos pesqueiros no mercado local, em que a comercialização ocorre com o peixe inteiro fresco e pescado congelado advindos de outras Unidades da Federação. Diante desse contexto, o objetivo deste estudo será analisar os aspectos técnicos e econômicos do processamento de produtos da piscicultura no território paraense, a fim de balizar as tomadas de decisão de piscicultores, proprietário de estabelecimentos processadores e futuros investidores. Na primeira etapa, será realizado um levantamento dos estabelecimentos processadores de pescado com selo de aprovação dos serviços de inspeção federal ou estadual, bem como de iniciativas voltadas para produtos artesanais comestíveis. Para isso, serão realizadas consultas junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ). Esses dados serão relacionados com dados secundários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as produções piscícolas regionais e as respectivas espécies que as integram. Na segunda etapa, uma revisão bibliográfica acerca dos rendimentos de cortes das espécies identificadas e uma consulta aos preços praticados nos estabelecimentos processadores norteará uma avaliação econômica para dois cenários: 1) venda do peixe inteiro fresco para a indústria; e 2) contratação do serviço de processamento da indústria. Por fim, os valores obtidos serão comparados entre os preços de primeira comercialização recebidos pelos piscicultores na propriedade com os preços praticados em uma possível venda do produto processado para supermercados e peixarias. Desse modo, espera-se identificar limitações e oportunidades para os piscicultores e proprietários dos estabelecimentos processadores de pescado.