ANÁLISE DA PESCA E DA INFLUÊNCIA AMBIENTAL SOBRE A ABUNDÂNCIA RELATIVA (CPUE) DA PIRAPEMA Megalops atlanticus VALENCIENNES, 1847, NA COSTA NORTE DO BRASIL.
Pesca; costa amazônica; CPUE; sensoriamento remoto.
A pirapema Megalops atlanticus (Valenciennes, 1847), é uma espécie da família Megalopidae, categorizada como vulnerável. Até o presente momento, pouco se conhece sobre a dinâmica pesqueira e a variabilidade da abundância da pirapema na região amazônica. A maioria das informações são de estudos realizados nos Estados Unidos, no Golfo do México e Bahamas. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo analisar a atividade pesqueira na costa norte do Brasil, que captura a espécie M. atlanticus e analisar a variabilidade temporal da abundância relativa (CPUE) da espécie e relaciona-la com variáveis meteo-oceanográficas entre os anos de 1997 a 2007. Para isso, foram utilizados dados de pesca do programa ESTATIPESCA, dados de sensoriamento remoto e reanálise. Foram analisados 4.908 registros de desembarques, entre 15 municípios do estado do Pará, onde foi possível constatar que na captura da espécie atuam principalmente embarcações de pequeno e médio porte, utilizando a rede de emalhe como principal arte de pesca. Os resultados para os padrões de variabilidade temporal da pirapema entre os anos de 1997 e 2007 indicaram dois regimes bem definidos ao longo dos anos, o que pode estar relacionado a eventos de fenômenos climáticos naturais como o El Niño e La Niña. Os maiores valores de abundância relativa de M. atlânticus ocorrem durante a estação cheia (janeiro a junho) em comparação à seca (julho a dezembro), identificaram-se fortes correlações positivas significantes entre a CPUE e a TSM entre os lags de 6 a 8 meses próximo a foz do amazonas, na região de mangues no maranhão, e na área de retrofexão da corrente Norte do Brasil, juntamente com correlações negativas significantes entre 4 e 6 meses com a vazão de Óbidos.