Banca de DEFESA: MARIA VERA LUCIA FERREIRA DE ARAUJO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA VERA LUCIA FERREIRA DE ARAUJO
DATA: 30/08/2013
HORA: 14:00
LOCAL: Sala da Pós-graduação - Engenharia de Pesca
TÍTULO:

A PESCA DO CAMARÃO-DA-AMAZÔNIA A JUSANTE DA USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ, PARÁ, BRASIL


PALAVRAS-CHAVES:

Pesca artesanal, desembarque pesqueiro, Macrobrachium amazônicum, camarão regional, UHE Tucuruí


PÁGINAS: 117
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca
SUBÁREA: Recursos Pesqueiros de Águas Interiores
ESPECIALIDADE: Manejo e Conservação de Recursos Pesqueiros de Águas Interiores
RESUMO:

O camarão-da-amazônia é uma das principais espécies da área a jusante da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHE Tucuruí), com interesse social e econômico. Para atingir a sustentabilidade da pescaria da espécie é necessário conhecer além do recurso em si, mas também os atores sociais envolvidos na atividade. Logo, o trabalho se propõe a verificar a situação socioeconômica e percepção ambiental dos pescadores, descrever a pesca e procedimentos de captura, analisar os desembarques da pesca comercial bem como, o processamento e a comercialização de camarão-da-amazônia. O estudo foi desenvolvido nos municípios de Baião, Mocajuba, Cametá e Limoeiro do Ajuru, situados a jusante da UHE Tucuruí. Os dados foram coletados por meio de observações diretas e entrevistas individuais auxiliadas por formulários semiestruturados aplicados junto aos pescadores de camarão-da-amazônia, no período de setembro a novembro de 2011 e setembro de 2012; também foram obtidas informações sobre os desembarques comercial da espécie, monitorados no período de 2000 a 2008. A pesca de camarão-da-amazônia é predominantemente masculina porém, a atuação feminina vem ganhando espaço dentro da atividade. A maioria dos pescadores são nativos da área de jusante onde constituíram família, mas permanecem sem um estado civil definido. O acesso aos serviços básicos são precários como assistência médica, água potável, esgotamento sanitário, energia elétrica e educação. As principais atividades produtivas desenvolvidas pelos pescadores e suas famílias são a pesca de camarão e peixe, sendo destinados ao consumo e a venda. Porém, este crustáceo contribui com 15,4% da renda média mensal (R$ 745,00), a qual é complementada com os rendimentos oriundos de outras atividades e dos programas sociais. Todo o processo produtivo (pesca, beneficiamento e comercialização) é cooperado pela família, principalmente esposas e filhos. Os pescadores  iniciam o ofício na infância sendo portanto, detentores de um amplo conhecimento sobre a ecologia da espécie. Mesmo compartilhando o baixo nível de escolaridade, são capazes de refletir sobre os impactos negativos que atingem o crustáceo e até sugerir alternativas para mitigar os impactos. Porém, a realidade educacional dos pescadores pode influenciar no entendimento das medidas utilizadas para subsidiar a sustentabilidade da atividade pesqueira. O camarão-da-amazônia é capturado com diversas artes de pesca no entanto, o matapi se destaca como o principal apetrecho utilizado. Os recursos usados na aquisição das armadilhas e outros insumos derivam da renda familiar, com contribuição relativamente elevada em função da modificação dos padrões tradicionais de confecção dos matapis. Porém, a confecção dos matapis, preparação das iscas, formas de captura e estocagem da produção, é praticado de forma artesanal com base em métodos tradicionais. Os procedimentos de pesca são bem diversificados, algumas etapas são comuns entre os municípios e outras etapas bem específicas. Mas, a captura do camarão está atrelado ao amplo conhecimento que os pescadores possuem sobre o ambiente em que vivem. Dentre os fatores ambientais que conduzem o ofício, estão as estações do ano e as marés que influenciam diretamente na escolha do local de pesca, o qual varia entre os igarapés, as margens dos rios e as praias. A espécie é explorado para fins de subsistência e comercial, com destaque de produção para o município de Mocajuba. A pesca é desenvolvida durante o ano todo, com picos de produção nos meses de maio e agosto, coincidindo com a reprodução e o recrutamento da espécie, respectivamente. Para os pescadores de Baião, Mocajuba e Cametá a safra do recurso ocorre no período chuvoso e a entressafra, na estação menos chuvosa, já em Limoeiro do Ajuru, ocorre o contrário. Os pescadores, de certa forma, contribuem com a preservação da espécie ao parar a pesca durante o período de recrutamento do camarão-da-amazônia, no entanto o forte incremento de pescadores durante a safra contribuem com a pesca intensiva do recurso. O camarão inteiro fresco é o principal produto comercializado pelos pescadores, e os maiores rendimentos deriva dos subprodutos do crustáceo, principalmente dos camarões salgados (inteiro e descascado). Mesmo apresentando demanda de mercado, o camarão-da-amazônia ainda é pouco valorizado, contudo a receita obtida com a venda dos produtos têm sido essencial para a vida dos pescadores. Os resultados deste trabalho estão organizados em artigos científicos e divididos em quatro capítulos. O primeiro abrange uma Introdução geral e descrição da área de estudo; o segundo faz referência a situação social, econômica e percepção ambiental dos pescadores; o terceiro descreve as artes e procedimentos da pesca utilizados na captura do crustáceo, e o quarto consta de análise dos desembarques comercial da espécie bem como da caracterização dos subprodutos elaborados.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2301048 - ISRAEL HIDENBURGO ANICETO CINTRA
Interno - 038.268.052-91 - RAIMUNDO ADERSON LOBAO DE SOUZA - UFRA
Interno - 1333830 - MARIA DE LOURDES SOUZA SANTOS
Interno - 1945537 - MARKO HERRMANN
Externo à Instituição - MARIA CRISTINA ALVES MANESCHY - UFPA
Notícia cadastrada em: 19/08/2013 13:47
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