A PISCICULTURA ENQUANTO ATIVIDADE ECONÔMICA NO ESTADO DO PARÁ: ANÁLISE DE INVESTIMENTO DE UM EMPREENDIMENTO NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS
Aquicultura. Custo de produção. Indicadores econômicos. Piscicultura familiar.
A aquicultura representa a alternativa mais viável para atender a crescente demanda mundial por pescado, o que faz desta atividade o ramo da produção animal que mais cresce no planeta. O Brasil conta com condições naturais extremamente favoráveis ao seu desenvolvimento, tendo a piscicultura continental como vertente mais praticada e de maior importância socioeconômica. Apesar disso, o país ainda está distante de realizar o seu potencial em termos de produção, o que está diretamente relacionado à oferta de alimento, geração de trabalho e renda para a população. O estado do Pará é uma Unidade da Federação inserida inteiramente no bioma amazônico e que apresenta vocação agropecuária, inclusive para a aquicultura, segmento praticado em seus 144 municípios. O objetivo deste trabalho foi contextualizar a piscicultura enquanto atividade econômica no território paraense e realizar uma análise de investimento de um empreendimento localizado em Paragominas, município detentor de 30% da produção estadual em 2019. Para isso, foram utilizados dados secundários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a metodologia do custo operacional, seguida da elaboração de fluxo de caixa e da geração de indicadores de eficiência econômica. Em 2018, o Pará produziu 13,5 mil toneladas de pescado oriundo de piscicultura, com um total de 10.838 iniciativas. Ao considerar a Divisão Regional do IBGE de 2017, esta Unidade da Federação está dividida em sete Regiões Geográficas Intermediárias (Belém, Castanhal, Marabá, Redenção, Altamira, Santarém e Breves) e 21 Regiões Geográficas Imediatas, a Região Geográfica Intermediária de Castanhal apresentou a maior produção, principalmente pelo desempenho da Região Geográfica Imediata de Paragominas, enquanto a Região Geográfica Intermediária de Marabá contou o maior número de empreendimentos, com destaque para a Região Geográfica Imediata de Marabá. A iniciativa familiar analisada em Paragominas teve seu investimento total calculado em R$ 39.231,00, com custo operacional total de R$ 23,912,00 e custo operacional total unitário de R$ 6,37. O preço de primeira comercialização de R$ 6,70 rendeu uma taxa interna de retorno em 21% e um período de retorno do capital de quatro anos. Pelo empreendimento avaliado, não foi possível identificar qualquer fator condicionante de competitividade que justificasse a disparidade produtiva de Paragominas em relação aos demais municípios circunvizinhos.