Os estudos sobre ictioplâncton na costa norte Brasil são escassos. Portanto, este trabalho objetiva estudar a caracterização da composição específica e a distribuição do ictioplâncton na Plataforma Continental Norte Brasileira. Os padrões quantitativos dos organismos foram analisados quanto à abundância relativa, frequência de ocorrência, densidade e distribuição no local estudado. As coletadas amostrais foram realizadas em outubro de 2014 e janeiro de 2015 incorporadas ao projeto INCT AmbTropic na Foz do Rio Pará, que está localizada na Plataforma Continental Amazônica. Foram realizadas coletas em duas campanhas com seis estações longitudinais à costa, ao longo de um transecto na Plataforma Continental Norte Brasileira. Um barco adaptado para trabalhos científicos realizou o transporte até as áreas de coleta. Uma rede de plâncton, tipo Bongô, medindo 60 cm de diâmetro de boca e com malha de 500 µm foi utilizada na coleta do material biológico, e um fluxômetro foi acoplado para medir o volume de água filtrado. Os arrastos feitos na coluna d´água foram do tipo oblíquo. Depois de coletadas, as amostras foram acondicionadas em frascos de polietileno identificados e fixadas com formol a 4%, neutralizado com tetraborato de sódio (bórax). No laboratório o ictioplâncton foi triado, classificado e analisado em menor nível taxonômico possível. Nas amostras coletadas em outubro de 2014, no período de estiagem, a densidade de indivíduos/m³ foi maior na estação 01 (349271,032 ind/m³), mais costeira e menor na estação 03 (6969,363 ind/m³) e em relação a densidade de ovos/m³, a maior foi registrada na estação 05 (33454,270 ovos/m³) e a menor na estação 06 (1292,031 ovos/m³), sendo quantificados 110 ovos e 297 larvas de peixes, pertencentes a 23 famílias, 22 gêneros e 26 espécies. As famílias que mais se destacaram, em relação à frenquência de ocorrência, foram Carangidae, Scombridae e Sciaenidae, representados, principalmente, por  Decapterus marcarellus (33,33%) Auxis sp. (50%), Macrodon ancylodon  (33,33%) e Stelifer sp. (33,33%).  Em relação a abundância, destacou-se a família Engraulidae que apresentou maior representatividade nas estações costeiras, enquanto o registro de ovos foi mais significativo nas mais oceânicas. No cruzeiro realizado em janeiro de 2015, no período chuvoso, a densidade de larvas de peixes (indivíduos/m³) foi maior na estação 02, mais costeira (248833,340) e menor na estação 06 (9472,707) enquanto que na densidade de ovos, o maior registro foi na estação 03 (133539,096). Sobre a abundância relativa de ovos nesse período, o valor mais significativo também foi na estação 03, enquanto que na estação 07 teve o seu menor valor mencionado. Neste mesmo cruzeiro, foi registrada a ocorrência de 230 ovos e 1.682 larvas de peixes, distribuídas em 27 famílias, 37 gêneros e 40 espécies. Na frequencia de ocorrencia, as famílias que mais se destacaram na região foram: Carangidae (71%), Ophichthidae (71%), Gobiidae (57%), Haemulidae (57%) e Paralichthyidae (57%). Em relação a abundância relativa, as espécies de maior representatividades foram: Gobionellus oceanicus, Ctenogobius sp. e Haemulon sp.