CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E FILOGENIA DE MICROPARASITOS EUCARIÓTICOS EM Batrachoides surinamensis (BLOCH E SCHNEIDER, 1801) E Menticirrhus americanus (LINNAEUS, 1758) CAPTURADOS NO ESTUÁRIO DO MUNICÍPIO DE VISEU, ESTADO DO PARÁ
Parasito. Peixe. Myxozoa. Microsporidia. Amazônia
Os ecossistemas costeiros amazônicos são considerados de importância biológica, dada a abundância de peixes nos estuários que detêm altos índices de riqueza e diversidade da ictiofauna. Os peixes nativos estão susceptíveis em adquirir várias infecções parasitárias por diversos tipos de microparasitos, visto que seu habitat facilita sua propagação e desenvolvimento. Entre os recursos desse ambiente estuarino que apresentam relevância na participação da produção pesqueira, destacaremos as espécies Batrachoides surinamensis e Menticirrhus americanus, com objetivo de descrever as características morfológicas e moleculares dos microparasitos eucariotos (microsporídios e mixosporídios), encontrados nesses peixes provenientes do município de Viseu / Pará. Os exemplares foram coletados bimestralmente, necropsiados e seus órgãos analisados em ML. Dos órgãos parasitados foram retirados fragmentos e/ou cistos, fixados e processados para microscopia de luz e biologia molecular. Para os estudos filogenéticos, a análise foi efetuada pelos métodos de inferência Bayesiana e distância genética (p). A partir das análises realizadas foram diagnosticados dois filos de microparasitos eucariotos, o Cnidaria e o Microsporidia. Os resultados reportam a estudos morfológicos e filogenéticos. Para B. surinamensis foi descrita espécie de microparasito de tecido muscular, Kudoa viseuensis n. sp. com prevalência parasitária de 86%; e também, ocorrência do gênero Ellipsomyxa na vesícula biliar e de um mixosporídio não identificado na bexiga urinária com prevalência de 56% e 48%, respectivamente. Para M. americanus observou-se a presença de xenomas na mucosa gástrica onde 20% dos hospedeiros analisados estavam parasitados por microsporídio. As infecções apresentadas por esses mixosporídios e microsporídios não haviam ainda sido descritas na literatura para essas espécies. São necessários estudos complementares mais detalhados em microscopia eletrônica de transmissão e de varredura, assim como de biologia molecular, para a confirmação das demais espécies parasitárias. Tendo em vista a diversidade e patogenicidade destes microparasitos da ictiofauna amazônica, afirmamos a necessidade de se intensificar o estudo para contribuir com o conhecimento do estado sanitário desses peixes frequentes na pesca artesanal no nordeste paraense.