UTILIZAÇÃO DOS ÍNDICES DE TRIX E O'BOYLE NAS ÁGUAS DOS ESTUÁRIOS AMAZÔNICOS
TRIX, O'BOYLE, CLOROFILA.
A Zona Costeira Amazônica brasileira representa cerca de 35% da costa do País, estendendo-se por mais de 2.500 km, desde a foz do Rio Oiapoque, no Amapá, até a Baía de São Marcus, no Maranhão, Nesta região encontra-se a maior zona estuarina do mundo, localizada na Plataforma Continental do Amazonas (PCA) além de inúmeros estuários como o Furo do Muriá - FM e o Furo da Laura - FL que compõem a paisagem local e favorecem a produtividade primária como ricas em nutrientes considerados essenciais, como o nitrogênio, o fósforo e o silício. Para a avaliação desse processo fazem-se necessários estudos envolvendo a avaliação do estado trófico dos ambientes estuarinos e marinhos. Neste segmento este trabalho visa utilizar o index trophic (TRIX) e O’Boyle para determinar o estado trófico na área da PCA e nos FL e do FM, com intuito de comparar os resultados e relaciona-los com a descarga fluvial da área da PCA e a sazonalidades dos furos. Na PCA a coleta foi realizada a bordo do navio ANTARES entre o Cabo Orange/AP e a foz do rio Pará/PA. Os dados foram obtidos na campanha Norte III no período de 28 de maio a 13 de junho de 1999 de máxima descarga do rio Amazonas e Norte IV onde foi a menor desgarra do rio Amazonas entre o dia 11 de julho e 10 de setembro de 2001. No decorrer da coleta de água foram distribuídas ao longo de 11 perfis, totalizando 41 estações. O FL fica localizado no município de Vigia, distante 93 km de Belém. As amostras foram coletadas durante o período de maior precipitação e menor de precipitação totalizando 6 meses de coleta na maré enchente e vazante no ano de 2011 e 2012. O FM fica localizado no município de Curuçá, a 140 km da capital Belém. As coletas de águas foram realizadas em 21 pontos distribuídos ao longo do Furo durante 9 meses abrangendo o período seco e chuvoso e maré enchente e vazante no ano de 2015. Nos três estuários coletados foram obtidos os dados de temperatura, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, taxa de saturação de oxigênio dissolvido in situ posteriormente em laboratório as amostras foram filtradas para a análises de nitrito, nitrato, amônia, fosfato e clorofila a para aplicar os índices TRIX e O’Boyle. Para o TRIX os maiores valores foram encontrados no FL e PCA, e menores valores foram no FM. Para o índice de O’Boyle o maior valor foi no FL e FM e menor na PCA. Ao comparar o índice de O’Boyle com o TRIX foi possível observar que a classificação foi igual para ambos índices apenas na PCA no período de máxima descarga (eutrófizado) do rio Amazonas e variou um pouco na mínima descarga (potencialmente eutrófizado para O’Boyle e eutrófizado para o TRIX). Essa diferença pode ser explicada pelas variáveis adicionais no TRIX, como por exemplo, os nutrientes e a clorofila a. Para os furos o cenário foi totalmente diferente, onde fica evidente que o TRIX obteve maior variação devido apresentar em sua composição os nutrientes inorgânicos dissolvidos (NID e PID) e por ser calculado pontualmente oscilando de forma diferente para cada furo. Enquanto, o índice de O’Boyle é calculado com a utilização de percentis de 5 e 95% com isso retirando valores discrepantes. Contudo, o índice de O’Boyle tem a vantagem de não ser necessário tantas variáveis para aplicação. Ambos os índices podem ser aplicados para explicar de forma direta as condições de eutrofização de áreas estuarinas.