CARACTERIZAÇÃO DA AQUICULTURA FAMILIAR NAS MESORREGIÕES: MARAJÓ E NORDESTE PARAENSE – AMAZÔNIA ORIENTAL-BRASIL
Pescado; Subsistência; Sistema de cultivo
A produção mundial de pescado atingiu cerca de 171 milhões de toneladas em 2016 e tende se expandir na próxima década. Porém, diversos estoques pesqueiros no mundo estão sendo explorados de forma insustentável. Os estoques pesqueiros de águas continentais e marinhas constituem a principal fonte desse pescado e sua capacidade de exploração está no limite sustentável. Como alternativa, a aquicultura é uma atividade econômica viável, em particular a piscicultura continental tem sido uma desenvolvida em vários países com o intuito de melhorar a qualidade da alimentação e gerar uma alternativa de renda, principalmente para populações rurais. O Brasil está entre os países com grande potencial para aquicultura, por possuir disponibilidade hídrica, clima favorável e ocorrência natural de espécies aquáticas que compatibilizam interesse zootécnico e mercadológico. A criação de peixes ou afins em pequenas propriedades rurais, denominada de piscicultura familiar, é de extrema importância, principalmente por contribuir para o aumento da oferta de alimentos para a família e para o uso sustentável dos recursos hídricos disponíveis na região que estão inseridas. O presente estudo objetivou caracterizar a atividade da aquicultura familiar na mesorregião Marajó e mesorregião Nordeste Paraense, no estado do Pará. Foram entrevistados 125 aquicultores. O estudo tem como hipótese, que existe diferença significativa da atividade desenvolvida entre os produtores rurais que trabalham nesse sistema nas mesorregiões do Marajó e do Nordeste Paraense. Foi observado que a aquicultura é de subsistência e realizada em viveiros escavados, represamentos, nascentes naturais e tanques nos sistemas de produção extensivo ou semi-intensivo. A espécie mais cultivada é o tambaqui, também foi encontrado cultivo de camarão em algumas propriedades. Entre as dificuldades para realização dessa atividade, a mais relatada pelos entrevistados foi o difícil acesso a insumos aquícolas como ração e alevinos.