Economia de náuplios de Artemia por meio de restrição alimentar e crescimento compensatório de tambaqui, Colossoma macropomum, após o desmame
Larva; tambaqui; crescimento compensatório; incubação; taxa de alimentação.
O objetivo deste estudo foi investigar como a restrição de náuplios de Artemia
afeta a ingestão alimentar, o potencial de crescimento compensatório e a sobrevivência das
larvas de tambaqui após o desmame. Para isso, foram obtidas 100.000 larvas com 4 dias
após a eclosão (DAE) de um viveiro privado em Rondônia, Brasil. Dois experimentos
paralelos foram conduzidos para avaliar a ingestão alimentar e o crescimento pós-
desmame das larvas de tambaqui sob condições de disponibilidade restrita de náuplios de
Artemia. No primeiro experimento, foi analisado o consumo de náuplios de Artemia pelas
larvas de tambaqui em 5, 12 e 19 DAE em um sistema de aquicultura recirculante (RAS)
de 3.500 L. Os efeitos da densidade de náuplios de Artemia no desempenho de crescimento
e no consumo larval foram avaliados aos 6, 13 e 20 DAE. Aos 20 DAE, as larvas do
tratamento de restrição de Artemia foram contadas e medidas, totalizando 300 indivíduos.
Os parâmetros de qualidade da água para o primeiro experimento foram registrados da
seguinte forma (média ± DP): temperatura 27,99 ± 0,72 °C, oxigênio dissolvido 6,73 ±
0,42 mg L−1, pH 6,24 ± 0,40 e condutividade 1190 ± 1293 μS cm−1. No segundo
experimento, a densidade de Artemia não afetou significativamente a qualidade da água,
exceto pelo oxigênio dissolvido, que foi mais elevado nas densidades de 100 e 250 náuplios
L−1. Os resultados de ingestão alimentar mostraram que, aos 5 DAE, não houve aumento
significativo no consumo de náuplios de Artemia. No entanto, aos 12 DAE e 19 DAE, o
consumo aumentou significativamente (P < 0,05) após 120 e 30 minutos, respectivamente.
Embora as larvas de peixe geralmente aceitem mal alimentos inertes inicialmente, o uso
de menos náuplios de Artemia é benéfico para a redução de custos. É viável utilizar menos
náuplios de Artemia quando as larvas de tambaqui recebem 750 náuplios por larva entre
os 14 e 20 DAE sem afetar suas taxas de sobrevivência. Essa abordagem não mostra
diferença notável em comparação com a alimentação de 1000 náuplios por larva, mas
oferece uma redução nos custos e no trabalho. Em resumo, o consumo das larvas de
tambaqui aumentou com o desenvolvimento, e a frequência de alimentação deve ser menor
que 120 minutos, pois a presença de presas mortas na água aumentou significativamente
após esse período, devendo ser alimentadas com 750 náuplios de Artemia por larva.