Efeito da frequência alimentar no desempenho e na expressão gênica de enzimas digestivas e genes reguladores de apetite em larvas de tambaqui, Colossoma macropomum (Cuvier, 1816)
Aquicultura; Espécie nativa; Intervalo de alimentação; Larvicultura.
O tambaqui (Colossoma macropomum) é uma espécie endêmica da bacia Amazônica.
Atualmente é a espécie nativa de maior importância e a mais produzida devido às suas
características zootécnicas desejáveis para a piscicultura continental no Brasil. Apesar
dos avanços no estudo de manejo alimentar para espécies nativas, ainda há poucas
informações sobre manejos alimentares relacionados à frequência e intervalo de
alimentação, e o estabelecimento de uma frequência correta influencia na otimização das
respostas zootécnicas, na eficiência da digestão e regulação da ingestão através da
análise da expressão gênica de enzimas digestivas e de hormônios reguladores de apetite,
especialmente nas fases iniciais de desenvolvimento. O presente estudo tem como
objetivo avaliar o efeito da frequência alimentar no desempenho zootécnico e na
expressão gênica de enzimas digestivas e de hormônios reguladores de apetite em larvas
de tambaqui (Colossoma macropomum). Para avaliar o manejo alimentar, o experimento
foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e três
repetições (TA: frequência alimentar de 10 vezes ao dia, com intervalos de 1 hora entre
cada alimentação; TB: frequência alimentar de 6 vezes ao dia, com intervalos de 2 horas;
TC: frequência alimentar de 4 vezes ao dia, com intervalos de 3 horas; TD: frequência
alimentar de 3 vezes ao dia, com intervalos de 4 horas; TE: frequência alimentar de 3
vezes ao dia, com intervalos de 5 horas). A cada sete dias de experimento, a quantidade
de alimentação era reajustada para se adequar ao crescimento das larvas, sendo utilizado
um total de 40 larvas por unidade experimental durante 42 dias. Ao final do experimento
as larvas sobreviventes foram conduzidas a um processo biométrico para determinação
dos parâmetros de desempenho produtivo: Comprimento Total final (CT), Peso (P),
Ganho de Peso (GP) Ganho de Peso Diário (GPD), Taxa de Crescimento Específico
(TCE), Sobrevivência (S) e Conversão Alimentar (CA). E foram coletados 5 indivíduos
de cada tratamento para a análise da expressão gênica. Os resultados demonstraram que o
intervalo de alimentação de 2 horas obteve desempenho superior em relação à maioria
dos parâmetros analisados (CT, P, GP, GPD e TCE). A maior expressão de tripsina foi
observada nas larvas alimentadas em intervalo de 3 horas. Os intervalos de alimentação
de 2 e 4 horas apresentaram valores intermediários e superiores aos de 1 e 5 horas, que
resultaram em uma redução na expressão de tripsina. Não houve diferença significativa
na expressão de leptina. Desta forma, recomenda-se que a alimentação do tambaqui seja
realizada a cada duas horas, com uma frequência alimentar de seis vezes ao dia, durante
o início da alimentação com dieta inerte, visando à otimização da larvicultura em RAS.