ASPECTOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DO PROCESSAMENTO DE PRODUTOS DA PISCICULTURA NO ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA, BRASIL
aquicultura, cadeia produtiva, indústria pesqueira, inspeção sanitária, processamento de pescado.
A piscicultura é o ramo da aquicultura mais desenvolvido no estado do Pará sendo praticada em seus 144 municípios. Apesar do território paraense apresentar um parque industrial consolidado para o processamento de peixe, os canais de comercialização de pescado apresentam uma quantidade limitada de peixes oriundos de piscicultura. Desta forma, este estudo teve como objetivo analisar os aspectos técnicos e econômicos do processamento de produtos da piscicultura no território paraense, a fim de balizar as tomadas de decisão de piscicultores, proprietário de estabelecimentos processadores e futuros investidores. Entre janeiro e junho de 2021, efetuou-se um levantamento junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará- ADEPARÁ acerca dos seguintes aspectos dos estabelecimentos processadores: selo de inspeção sanitária, localização, classificação, matéria-prima e sua origem. Posteriormente, foram realizadas entrevistas com piscicultores e proprietários ou responsáveis técnicos das indústrias. Constatou-se 42 estabelecimentos industriais, 26 com Serviço de Inspeção Federal, seis com Serviço de Inspeção Estadual e 10 destinados a produtos artesanais. Quanto à localização, 64,2% estavam na Região Geográfica Imediata de Belém e 16,6% na Região Geográfica Imediata de Bragança. As unidades de beneficiamento de pescado e produtos de pescado totalizaram 38 empreendimentos, enquanto os abatedouros frigoríficos de pescado constituíram quatro iniciativas. O processamento de peixes era realizado em 35 estabelecimentos, com 3 apresentando experiência com produtos da piscicultura, nenhum com regularidade. O elevado custo de produção da atividade, a concorrência com os produtos da pesca e, no caso dos peixes redondos, a baixa produtividade dos trabalhadores na indústria são os principais obstáculos a serem transpostos para o aumento da frequência do processamento de produtos da piscicultura.