Caracterização socioeconômica da atividade extrativa do caranguejo de manguezal, Ucides cordatus (Crustacea, Brachyura, Ocypodidae), em duas localidades do litoral amazônico, Pará (Brasil)
Amazônia, comunidade, crustáceos, pesca.
Este trabalho apresenta uma análise do conhecimento local e das práticas relacionadas à atividade extrativa do caranguejo-uçá em duas importantes localidades do litoral amazônico (Bragança e Quatipuru), com entrevista de 40
caranguejeiros (21 em Quatipuru e 19 em Bragança), durante o segundo semestre de 2012 Os resultados demonstraram baixa escolaridade e renda mensal inferior a um salário mínimo em ambas as comunidades. A longevidade da atividade de extração do caranguejo-uçá foi expressiva, compreendendo no mínimo 16 anos em Quatipuru e superior a 20 anos em Bragança, com frequência média de visita ao manguezal variando de 3,5 a 4,7 dias/semana, sendo a maior em Quatipuru. Apesar disso, a captura média por unidade extrativa (caranguejeiro) foi muito similar entre estas comunidades, variando de 112 a 118 caranguejos/dia, pouco mais elevada em Bragança. O método utilizado na captura foi o “braceamento”, embora o gancho tenha sido utilizado como instrumento extrativo pela maioria dos entrevistados, nas duas comunidades. O principal destino do produto foi o atravessador para mais de 80% dos entrevistados nas duas comunidades, enquanto o preço médio da unidade foi 17% superior em Bragança (R$ 0,34/caranguejo), quando comparado ao preço comercializado em Quatipuru (R$ 0,29/caranguejo).