Helmintofauna gastrointestinal em aves de rapina no estado do Pará
Aves de rapina; helmintos; Amazônia
O território brasileiro abriga uma das maiores diversidades de animais do mundo. Considerando apenas a avifauna, são 1.919 espécies relatadas, sendo 277 endêmicas. São denominadas aves de rapina as espécies das ordens Accipitriformes e Falconiformes (diurnas, como falcões, gaviões e águias) e Strigiformes (noturnas, representadas pelas corujas). O objetivo deste trabalho é documentar a fauna helmintológica gastrointestinal de aves de rapina que habitam o território paraense. Para tanto, foram necropsiados 27 aves das espécies Rupornis magnirostris (07), Tyto furcata (05), Megascops choliba (08), Geranoaetus albicaudatus (01), Gampsonyx swainsonii (01), Caracara plancus (01), Ibycter americanos (01), Megascops usta (01), Athene cunicularia (01) e Asio clamator (01). Os helmintos coletados foram processados de acordo com a técnica padrão para cada grupo e identificados de acordo com a literatura. Dezenove aves (70%) encontravam-se parasitadas por helmintos. O Filo Acanthocephala apresentou maior frequência, correspondendo a 74% dos animais parasitados, sendo identificado apenas parasitos do gênero Centrorhynchus spp. Os indivíduos coletados em um espécime de M. choliba apresentam características de probóscide diferentes das espécies que foram descritas para este gênero na Região Neotropical. Mais análises são necessárias para se confirmar a existência de uma nova espécie. A Classe Trematoda foi o segundo grupo mais frequente, correspondendo a 48% das infecções parasitárias. Trematódeos do gênero Strigea spp. e da família Dicrocoeliidae foram os únicos observados. O Filo Nematoda representou 43% das infecções, sendo observados parasitos dos gêneros Dyspharinx spp., Synhimantus spp., Subulura spp., Porrocaecum spp., Procyrnea spp., Tetrameres spp., Physaloptera spp., Microtetrameres spp. e parasitos da subfamília Tetramerinae. Em nenhuma ave foi encontrada parasitos da Classe Cestoda. Não foram observadas alterações macroscópicas no sistema digestório relacionadas ao parasitismo nestes animais. Portanto, é necessário que se realizem mais pesquisas no sentido de se obter mais informações acerca da fauna helmintológica gastrointestinal neste grupo de animais.