ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS EM JOELHO CONTRALATERAL DE CÃES OSTEOTOMIZADOS
Articulação; Ortopedia; Diagnostico por Imagem; Ligamento Cruzado
A articulação possui líquido sinovial, que tem a função de lubrificação e de evitar o contato entre as faces articulares, além de uma cápsula articular, composta por cartilagem articular hialina que reveste as extremidades dos ossos envolvidos na articulação, e do osso subcondral (KÖNING e LIEBICH, 2011; PIERMATTEI et al., 2009). Essa estrutura acaba permitindo que a articulação desenvolva, junto a outros elementos do esqueleto apendicular, a função de promover mobilidade e estabilidade para a transferência de carga entre os ossos (SCHULZ, 2008).O joelho é uma das articulações mais importantes dentro da dinâmica do movimento ambulatório em cães e está formado pelas articulações femorotibial e femoropatelar, ambas dividindo a mesma cavidade sinovial composta (mais de dois ossos), o que permite movimentação restrita à flexão e extensão. Os côndilos do fêmur se prendem aos meniscos e estes deslizam sobre o platô tibial, cranialmente na extensão e caudalmente na flexão (DYCE et al., 2004; KÖNING e LIEBICH, 2011). A articulação do joelho também é composta por: tendões, ligamentos intra-articulares (ligamentos cruzados) e colaterais que auxiliam no suporte articular externo e coxins de gordura que auxiliam na redução do estresse durante a sobrecarga (SCHULZ, 2008). Os músculos, ligamentos, cápsula articular e estruturas ósseos envolvidas na articulação limitam a amplitude de movimento das articulações, preservando-as (PIERMATTEI et al., 2009) A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) pode acometer os animais de qualquer raça, sexo ou idade (HULSE e JOHNSON, 2002), porém essa afecção se torna mais frequente em animais de maior porte (DEJARDIN et al., 1998). As lesões do LCCr podem ser por avulsão de uma das extremidades do ligamento, denominadas de traumáticas ou de forma espontânea, classificada como não traumática (MATERA et al., 2007). Um terço dos animais que apresentam a forma não traumática da ruptura, apresentam ruptura do membro contralateral geralmente após cerca de oito meses (DOOM et al., 2008). É consenso que a modalidade de escolha para obter imagens do joelho é a ressonância magnética (RM), porém segundo Vekens et al., (2019), a ultrassonografia de alta frequência é recomendada para a avaliação detalhada dos LCCr caninos, meniscos e ligamentos meniscotibiais cranias, principalmente devido a RM ser uma técnica menos acessível dentro da medicina veterinária. A técnica de ultrassom quando associada a tomografia computadorizada (TC) pode ser uma alternativa para avaliação da incisura intercondilar, obtendo sensibilidade e especificidade semelhantes à ressonância magnética para detecção de lesão meniscal e muito superiores a radiografia digital (Lewis et al., 2008; Vande et al., 2002). Diante disso, o presente estudo tem o objetivo de avaliar a articulação contralateral de animais osteotomizados, por meio dos exames de radiografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada em busca de achados precoces de lesão nas estruturas articulares do joelho.