EFEITO DO GLÚTEN NA EXPRESSÃO GÊNICA DE CITOCINAS EM Leontocebus fuscicollis
Primatas em cativeiro; doença celíaca; gene
A dieta com glúten é responsável por sintomas da doença celíaca em humanos geneticamente propensos. Nos primatas não humanos de cativeiro as rações contêm traços de glúten e podem desencadear reações inflamatórias sistêmicas com sinais clínicos compatíveis com a doença celíaca. Ao submeter Leontocebus fuscicollis a períodos de dieta com glúten (DG) e dieta livre de glúten (DLG) para avaliar o impacto do glúten na consistência das fezes e nas expressões gênicas de citocinas, β-defensina e Toll like receptor 5 (TLR5) constatou-se, por amostras de sangue e avaliação de PCR em tempo real, que os animais foram responsivos a esse estimulo alimentar. A expressão da β-defensina aumentou em indivíduos alimentados com DG. E a expressão normalizou entre 30 e 45 dias em DLG. No entanto, a expressão do gene TLR5 não foi afetada com uma DG. Todos os outros genes apresentaram diferenças significativas (P < 0,05) entre os dois períodos de dieta. Os genes NEF2, CD83 e HLA-DQB1 aumentaram suas expressões significativamente na mudança do período DLG para DG, e quando reintroduzidos no DLG as expressões normalizaram. No entanto, o TNFSF13B diminuiu significativamente do período DLG e continuou a diminuir no período de remissão. O gene HLA-DQA1 diminuiu sua expressão significativamente quando reintroduzido no DLG. Em relação ao sintoma de diarreia, a consistência das fezes dos indivíduos alimentados com DLG era mais frequentemente mole ou diarreica, enquanto era normal em indivíduos alimentados com uma DG. Relacionando nossos resultados com os observados em humanos, concluímos que citocinas do sangue de L. fuscicollis quando alteradas com DG, se normalizam ou diminuem suas expressões com a reintrodução da DLG. Isso é bastante diferente de humanos celíacos que persistem em altas ou baixas expressões por toda a vida.