CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E MOLECULAR DE MIXOZOÁRIOS EM Pseudauchenipterus nodosus (SILURIFORMES: AUCHENIPTERIDAE) ORIUNDOS DA REGIÃO DO SALGADO PARAENSE
Amazônia, carataí, Ajuruteua, mixozoários, peixe.
A Bacia Amazônica é reconhecida como a região de maior diversidade de ictiofauna do planeta, sustentando uma vasta gama de espécies de peixes que desempenham um papel crucial na segurança alimentar das populações locais. No entanto, os peixes, como vertebrados predominantemente aquáticos, apresentam elevadas taxas de infecção por parasitos, um fenômeno atribuído às condições ambientais únicas dos ecossistemas fluviais. Esses parasitos podem ser responsáveis por diversas patologias humanas, incluindo enterites, toxinfecções, reações alérgicas e processos inflamatórios. Diante desse cenário, os estudos ictioparasitológicos tornam-se essenciais, visando tanto a garantia da segurança alimentar e nutricional da população quanto a manutenção da saúde das espécies aquáticas O presente estudo caracteriza microparasitos eucariotos pertencentes ao grupo dos mixozoários na espécie Pseudauchenipterus nodosus capturados na Praia de Ajuruteua, Bragança, Pará. Os peixes foram adquiridos mortos e resfriados de pescadores artesanais e transportados em caixas isotérmicas com gelo para o Laboratório de Integração Morfo-molecular e Tecnologias (LIMT) na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), onde foram necropsiados para investigação de microparasitos e possíveis doenças associadas. Após constatação de parasitose, pequenos fragmentos dos órgãos infectados foram retirados, fixados e processados para análises histopatológicas e em biologia molecular. Foram observados esporos parasitos de Myxobolus sp. nos filamentos branquiais, ocasionando degeneração do tecido ósseo-cartilagíneo, e ainda infecção nas fibras musculares esqueléticas por Kudoa sp., causando focos necróticos difusos. Os dados morfométricos para o Myxobolus sp. foram de 12.4 ± 0.5 de comprimento e 8.3 ± 0.2 de largura, enquanto que a cápsula polar apresentava 6.3 ± 0.4 de comprimento e 2.95 ± 0.2 de largura. Para o exemplar de Kudoa sp., as medições resultaram em 5.0 ± 0.4 de comprimento e 6.2 ± 0.4 de largura, enquanto que a cápsula polar apresentava 2.2 ± 0.13 de comprimento e 1.3 ± 0.88 de largura. As análises filogenéticas colaboram para a descrição de duas novas espécies de mixozoários a serem descritos para a Amazônia brasileira.