Revisão integrativa sobre estudos genéticos em cães com tumor venéreo transmissível canino e expressão do gene MDR-1 e dos micro-rnas 126 e 214 em cães com e sem TVT
eoplasia contagiosa, evidência cientifica, gene de resistência, tipo misto.
O tumor venéreo transmissível canino (TVTC) desperta interesse dos pesquisadores por conta da origem duvidosa, resistência a quimioterapia, e pela possibilidade de pesquisas comparativas em oncologia humana. Além disso, é um dos tumores que mais acomete a espécie canina, apresentando uma maior predominância em animais errantes e sexualmente ativos, esse tipo de tumor apresenta importância clínica devido a sua capacidade de transmissão. Nesse sentido, realizamos uma revisão integrativa (RI) guiada pela seguinte pergunta norteadora: Qual é o panorama dos estudos genéticos em cães com tumor venéreo transmissível canino? Para a busca dos artigos foram usadas as bases de dados: Pubmed, Scielo, BVS-Vet e Portal de Periódicos Capes, nos anos de 2020 a 2024. Identificamos 7 artigos na Pubmed, 2 artigos no Portal de Periódicos Capes, 1 artigo na BVS-Vet e nenhum artigo foi encontrado na Scielo. Após a análise dos artigos, 8 entre os 10 artigos selecionados foram classificados como nível de evidência IV, e 2 artigos com nível de evidência V. Dessa forma, concluímos que são necessários estudos com nível de evidência mais alto, também identificamos que o cenário atual de estudos genéticos em cães, é composto na maioria por estudos com enfoque na expressão de genes, e para que ocorra a mudança desse cenário são indispensáveis estudos que abordem as diferentes vias da genética, para que as aumentem as contribuições sobre a terapêutica, diagnóstico e prognóstico do tumor venéreo transmissível canino. Além da revisão integrativa, buscamos também determinar o perfil de expressão do gene MDR-1 e dos micro-rnas 126 e 214 em cães com e sem tumor venéreo transmissível canino. Para que isso pudesse ser realizado foram coletadas amostras de 18 cães, sendo 9 caninos sem TVT e 9 com suspeita de TVT. O diagnóstico dos caninos com TVT foram confirmados, a partir da citologia por “imprint” realizada no laboratório de Patologia Animal da UFRA. As amostras de biópsia dos caninos com suspeita de TVT foram coletadas no projeto de proteção animal da Prefeitura Municipal de Marituba, e em abrigos em Benevides e em Outeiro. Já, as amostras de biopsia de cães do grupo controle foram coletadas de animais submetidos a cirurgias de esterilização eletivas, no Centro de Controle de Zoonoses, vinculado a Prefeitura Municipal de Belém. No laboratório de Sorologia e Biologia Molecular da UFRA, as 18 amostras de biópsia dos 2 grupos foram submetidas a extração do ácido ribonucleico (RNA) pelo método do Trizol®, e posteriormente a reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa em tempo real (qRT-PCR). Identificamos que a maioria dos caninos acometidos pelo TVT eram do sexo feminino, animais jovens e SRD, e o tipo citomorfológico mais encontrado foi o misto. Também identificamos alta expressão do gene MDR-1 em cães com TVT (p<0.05). Esses resultados evidenciam que a alta expressão do gene de resistência a fármacos, o MRD-1, é encontrado na população canina e pode afetar o tratamento, pois exige um maior número de sessões de quimioterapia para a remissão completa do tumor.