Morfologia do Sistema Nervoso Central e Descrição Anatômica do Plexo Braquial e Lombossacral de Kinosternon scorpioides scorpioides (Linnaeus, 1766)
encéfalo; intumescência; medula espinal; muçuã; neuroanatomia.
Kinosternon scorpoioides scorpioides pertence à Ordem dos Testudines, é uma tartaruga semiaquática de pequeno porte, conhecida popularmente como muçuã no estado do Pará e jurará no estado do Maranhão. Com o intuito de gerar informações sobre a morfologia dessa espécie, buscamos descrever os aspectos morfológicos do sistema nervoso central e anatômicos do plexo braquial e lombossacral de K. s. scorpioides. Dez exemplares foram utilizados, em todos eles foi realizada a abertura do crânio e exposição do encéfalo. Além de terem a carapaça dissecada para analise da medula espinal, sendo que em dois espécimes foi realizada uma dissecação mais ampla da carapaça para identificar os nervos que inervam a carapaça. Em três representantes será realizada a avaliação microscópica do encéfalo e de fragmentos da medula espinal. Os exemplares também tiveram seus plexos braquiais e lombossacrais dissecados, juntamente com os seus membros pélvicos e torácicos. Todos os exemplares apresentaram os mesmos resultados, o encéfalo de K. s. scorpioides apresentou-se lisencéfalo, e tem entre os seus componentes o bulbo olfatório, hemisférios cerebrais, cerebelo, bulbo, ponte e infundíbulo. A medula espinal está localizada dentro do canal vertebral e apresentou-se com formato cilíndrico de coloração esbranquiçada. Não apresenta calibre uniforme, uma vez que possui duas dilatações, chamadas de intumescências, uma na região cérvico-torácica e outra na região tóraco-sacral, e são a partir delas que formam-se os ramos que dão origem ao plexo braquial e lombossacral respectivamente. Também foram observados a presença de nervos partindo da medula para inervar a região da carapaça. O plexo braquial teve a participação de C7, C8 e T1 na sua formação e T9, T10, S1, S2 e S3 contribuíram para a formação do plexo lombossacral. Do plexo braquial surgiram três troncos denominados de tronco cranial, médio e caudal, sendo a partir deles que originaram-se os nervos que se distribuíram ao longo dos músculos torácicos. Por outro lado, o plexo lombossacral apresentou uma porção lombar e outra sacral, mas as duas porções encontraram-se ligadas por meio de S1. A porção lombar gerou nervos que inervaram a região mais cranial do membro pélvico. Já da região sacral formou-se dois ramos um ventral e outro dorsal e desses ramos surgiram os nervos responsáveis por inervar a região medial e caudal do membro pélvico de K. s. scorpioides. Esperamos que os resultados deste estudo possam contribuir para ampliar os conhecimentos sobre a espécie em questão, auxiliando na realização de procedimentos clínicos, anestésicos e cirúrgicos envolvendo K. s. scorpioides. Além de gerar informações que possam colaborar com estudos anatômicos envolvendo a anatomia comparada entre a espécie em questão e outros Testudines.