CARACTERIZAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE EM BÚFALOS INFECTADOS COM MYCOBACTERIUM AVIUM PARATUBERCULOSIS, NO PARÁ, BRASIL
Mycobacterium avium susp paratuberculosis, IFNγ, ELISA, Paratuberculose, Resposta Imune.
A paratuberculose, ou doença de Johne, é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium avium susp paratuberculosis (Map), com distribuição mundial, que afeta tanto ruminantes como não ruminantes. Em humanos, tem sido associada à doença de Crohn. A doença é caracterizada pelo espessamento das vilosidades intestinais com perda progressiva da capacidade de absorção intestinal, resultando em diarreia crônica, perda de peso, caquexia e morte. Os bovinos são infectados nos primeiros meses de vida, e a excreção de Map nas fezes começa por volta de um ano de idade, com os sintomas da doença aparecendo em animais adultos. No início da infecção, o Map gera uma resposta imune celular, que diminui à medida que a doença avança, com uma resposta imune humoral aparecendo e sendo mantida no animal adulto até o final da doença. O diagnóstico é baseado principalmente nos sinais clínicos, achados de necropsia e detecção de anticorpos por ELISA em animais adultos, deixando animais jovens infectados não identificados, que representam uma importante fonte de transmissão. A maioria dos estudos tem avaliado a resposta imune à infecção por Map em vacas, ovelhas e cabras, mas não há informações até o momento sobre trabalhos realizados em búfalos. O principal objetivo deste estudo foi avaliar a resposta imune em um rebanho de búfalos no estado do Pará, Brasil, entre julho de 2023 e janeiro de 2024. Um selecionado grupo de 40 búfalas com mais de 2 anos de idade, de um total de 800 submetidas ao teste de ELISA, (16 animais com sorologia positiva para Map e 24 animais com sorologia negativa para Map). Além do ELISA para avaliar imunidade humoral , ao grupo em estudo foram aplicados o Teste Cervical Comparado (TCC) é teste de Interferon gama (IFNγ)para medir imunidade celular, com coleta de amostras de fezes para detecção de DNA de Map por qPCR do grupo. Os resultados mostraram diferentes padrões de resposta imune: padrões celulares (PPDA+/IFNγ- [14/40]); (PPDA-/IFNγ+ [3/40]); (PPDA+/IFNγ+ [6/40]), padrões mistos (PPDA+/IFNγ-/ELISA+ [3/40]), (PPDA+/IFNγ+/ELISA+ [8/40]), e padrão humoral (PPDA-/IFNγ-/ELISA+ [5/40]). O DNA extraído foi quantificado e apresentou uma taxa de absorbância com 260/280 abaixo de 1,8 e uma taxa de absorbância com 260/230 acima de 1,0. O qPCR foi desenvolvido, mas não houve amplificação. Diferentes padrões de resposta foram observados, desde padrões celulares passando por padrões mistos e terminando com padrão humoral, que é observado em alguns casos em animais com doença avançada. A resposta celular não está associada à idade nem ao estado fisiológico dos animais. O DNA extraído com um kit comercial espefico para extração de DNA em fezes, apresenta baixa qualidade e/ou está contaminado, como mostram os valores obtidos nas taxas de absorbância. A não amplificação do DNA pode ser devido à baixa qualidade do DNA extraído, o que demonstra que a extração de DNA de qualidade das fezes continua sendo um ponto crucial para o sucesso na identificação do patógeno através do qPCR.