CONSUMO DE PROTEÍNA ANIMAL E SEGURANÇA ALIMENTAR EM SANTARÉM-PARÁ NO CENÁRIO DO SARS-CoV-2
Coronavírus-2; consumo animal; proteína animal; segurança alimentar; carne de caça.
Com o surgimento da pandemia causada pelo SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave – Coronavírus 2), muitas mudanças ocorreram na vida das pessoas e a alimentação foi um dos aspectos mais afetados. Este trabalho teve como objetivo descrever o consumo de proteína de origem animal e avaliar o impacto da pandemia causada pelo SARS-CoV-2 sobre a segurança alimentar na cidade de Santarém, Estado do Pará. Por meio de um questionário online gerado no Google Forms, 140 participantes responderam de forma anônima a questões sobre preferência e frequência de consumo por tipo de proteína de origem animal, mudanças no consumo em função da pandemia e perguntas sobre segurança alimentar, além dos aspectos socioeconômicos. Nos resultados obtidos, a proteína animal preferida pelos entrevistados foi a carne bovina, sendo a carne de caça uma das menos apreciadas. Constatou-se que o ovo foi a proteína de origem animal com maior frequência de consumo antes da pandemia (= 17,8 dias/mês) e a que mais recebeu respostas “aumentou o consumo” (32,7% das citações) durante a pandemia. A carne de caça foi a proteína que recebeu mais citações “deixei de consumir” (32,6%) durante a pandemia e foi a que teve o segundo preço mais alto (21 R$/kg) quando comparada as demais carnes, ficando atrás somente da carne bovina (21,8 R$/kg). Em relação a segurança alimentar (SA), antes da pandemia, 25,7% dos entrevistados estavam em insegurança alimentar (IA); com a emergência sanitária, o número aumentou para 45%. As mulheres tiveram mais chances de sofrerem algum nível de IA que os homens e estavam 109% mais propensas a sofrerem grau leve de IA. Sendo assim, a pesquisa demonstrou que o contexto de SARS-CoV-2 mudou os hábitos alimentares dos participantes e colaborou para o aumento da IA. Os dados podem fundamentar políticas públicas para mitigar os impactos da pandemia e garantir da SA da população local.