Características fermentativas e valor nutritivo de silagens de milho produzidas com plantas colhidas em duas alturas, inoculadas ou não
altura de colheita, conservação de forragem, Lactobacillus plantarum, Propionibacterium acidipropionici, valor nutritivo
A silagem de milho é uma das principais opções de volumoso utilizada na alimentação de ruminantes. No entanto, práticas de manejo que visam potencializar a eficiência de uso da cultura na colheita e a melhoria no tempo de estabilidade aeróbia ainda precisam ser consolidadas. Assim, objetivou-se avaliar as características fermentativas e o valor nutritivo de silagens de milho, confeccionadas com plantas colhidas à 25 ou 40 cm do solo, inoculadas ou não com Lactobacillus plantarum e Propionibacterium acidipropionici, de forma associada. As avaliações referentes à composição química, características fermentativas, estabilidade aeróbia, contagem de leveduras e fungos das silagens foram realizadas utilizando-se 24 silos, em um delineamento inteiramente ao acaso, arranjados em esquema fatorial 2 × 2 (25 ou 40 cm × inoculadas ou não). As avaliações de consumos médios diários (CMD), coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da matéria seca (MS) e nutrientes, balanço de nitrogênio e comportamento ingestivo foram avaliados utilizando-se 24 ovinos machos, com peso corporal médio de 27 ± 3 kg, em um delineamento em blocos casualizados, arranjados da mesma forma como no ensaio anterior. Observou-se que as silagens de plantas de milho colhidas à 40 cm apresentaram maiores teores de proteína bruta (PB) em relação as silagens de plantas de milho colhidas à 25 cm (p<0,05). A elevação da altura de colheita proporcionou maiores teores de matéria seca (MS), 34,61 contra 32,22%, e de carboidratos não fibrosos (CNF), 48,21 contra 44,64%, e redução nos teores de fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), 40,29 contra 44,56%, e fibra insolúvel em detergente ácido (FDA), 21,43 contra 23,92%. As silagens preparadas com plantas de milho colhidas à 25 cm sem inoculante apresentaram maiores (5,29%) teores de nitrogênio amoniacal (N-NH3) com base no nitrogênio total (NT) e diferenciando-se das demais silagens (p<0,05). A elevação da altura de colheita proporcionou maiores CMD de PB, FDA, CNF e nutrientes digestíveis totais, mas reduziu os CDA de FDN. Enquanto que a adição do inoculante bacteriano proporcionou menores teores de FDN e maiores CMD de CNF, mas não afetou os CDA da MS e dos nutrientes (p<0,05). Houve interação altura × inoculante sobre os CDA de PB, EE e FDA (p<0,05), mas não sobre os CMD de MS e dos nutrientes. O balanço de nitrogênio dos ovinos foi maior quando consumiram silagens de plantas de milho colhidas à 40 cm (p<0,05). Quanto ao comportamento ingestivo, a adição do inoculante diminuiu a eficiência de alimentação de FDN (53,11 contra 61,52%). Conclui-se que a elevação da altura de colheita e a adição do inoculante bacteriano melhoraram a qualidade das silagens de milho, aumentando os CMD de alguns nutrientes. A combinação dessas práticas resultou em silagens com mínimas perdas de PB devido à menor produção de N-NH3/NT, mas a inoculação não foi eficiente na manutenção da estabilidade aeróbia das silagens coletadas na fase pós-abertura. Além disso, essa combinação não aumentou os CMD da MS e dos nutrientes, mas melhorou os CDA da PB, EE e FDA.