ANÁLISE MORFOLÓGICA DAS GLÂNDULAS ANEXAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO DO Tamandua tetradactyla (LINNAEUS, 1758).
Glândulas salivares, Pâncreas, Fígado, Xenartro
Devido ao crescente número de espécimes de Tamandua tetradactyla que passam por tratamento em centros de triagem de animais silvestres em todo o Brasil, conhecer a morfologia tornou-se indispensável para entender suas necessidades, seja em cativeiro ou em vida livre. Sabe-se que a espécie costuma ter uma dieta rica em proteínas provenientes de insetos como cupins e abelhas e, para promover a quebra das moléculas e garantir a absorção de nutrientes, as glândulas anexas do sistema digestório são fundamentais neste processo. Por isso, o presente trabalho buscou analisar morfologicamente as glândulas salivares, pâncreas e fígado, bem como a vesícula biliar de seis Tamandua tetradactyla pertencentes ao acervo do Laboratório de Pesquisa Morfológica Animal (LaPMA) do Instituto da Saúde e Produção Animal (ISPA), da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). O Tamandua tetradactyla apresenta glândula salivar com anatomia e topografia peculiar, sendo uma junção das glândulas parótidas, sublinguais e mandibulares, além de ser constituída por regiões distintas e padrões de ácinos serosos, mucosos e mistos, diferindo dos demais animais domésticos e selvagens. O pâncreas ocorre com anatomia e topografia comum, possui ácinos serosos e ilhotas pancreáticas como ocorre no Myrmecophaga tridactyla. O fígado aparece completo, formado por 6 lobos e a vesícula biliar está presente, diferindo dos outros xenarthros já descritos. A análise histológica demonstra que o fígado apresenta sistema porta e cordões de hepatócitos bem estruturados e organizados e a vesícula biliar constituída pelas camadas mucosa, muscular e adventícia como ocorre nos carnívoros domésticos.