METABOLIZABILIDADE DE DIETAS E MORFOMETRIA DE PELOTAS EM RAPINANTES DA FAMÍLIA ACCIPITRIDAE
Aves Carnívoras. Dietas. Regurgito. Qualidade alimentar.
Foram realizados simultaneamente dois experimentos, no primeiro objetivou-se avaliar a morfometria de pelotas alimentares produzidas por aves de rapina da família Accipitridae alimentadas com três fontes proteicas e, no segundo, objetivou-se determinar e comparar os coeficientes de metabolizabilidade aparente dos nutrientes da dieta fornecidas para as essas aves sob as mesmas condições. O grupo experimental foi composto por cinco aves adultas de espécies representantes da família Accipitridae. Os animais foram submetidos a três tratamentos o primeiro (T1) composto por uma dieta com peito de frango, o tratamento 2 (T2) codornas e o tratamento 3 (T3) camundongos. As pelotas foram analisadas em relação ao comprimento (cm), largura (cm), altura (cm) e peso (g) e também sob aspectos do intervalo entre consumo e o regurgito (ICR) nas diferentes dietas. No experimento 1, foram testadas as pressuposições de normalidade dos erros pelo teste de Shapiro-Wilk, os resultados submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias analisadas ao nível de 5% de significância pelo teste de Tukey (paramétrico) e Wilcoxon (não paramétrico). No segundo experimento, a dieta, excretas e pelotas foram analisadas quanto a concentração de matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), energia bruta (EB), além da energia metabolizável aparente (EMA) e energia metabolizável aparente corrigida pelo nitrogênio (EMAn). Com base nos dados de consumo e excreção obteve-se os coeficientes de metabolizabilidade aparente (CMA) dos nutrientes supracitados e da energia, sendo os dados submetidos à análise de variância (PROC GLM) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância. Não houve regurgito de pelotas para dieta com peito de frango. Foram coletadas 36 pelotas sendo o maior quantitativo para a dieta com camundongos (79%), que também apresentou as pelotas mais íntegras e com peso médio (2,59 g) significativamente superior ao encontrado na dieta com codornas (1,09 g). Não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) para largura e a altura das pelotas entre os tratamentos. No entanto o peso, comprimento, volume e relação comprimento/largura foram maiores (P<0,05) quando as aves consumiram camundongos. O coeficiente de metabolizabilidade para as variáveis matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo assim como para energia metabolizável aparente (EMA) e corrigida (EMAn) não diferiram (p-valor >0,05) entre as dietas peito de frango e codorna. Para a dieta com camundongo houve diminuição significativa nos CMA dos nutrientes e de energia metabolizável. Não houve correlação (p-valor>0,05) entre os CMA dos nutrientes e o peso das aves. O peito de frango não é considerado um alimento completo para rapinantes e é fornecido ocasionalmente para complementar a dieta, além de apresentar o menor teor de matéria mineral entre as dietas fornecidas (4,6%), fato que pode causar deficiência de cálcio e outros minerais, comprometendo a saúde e a manutenção de rapinantes em cativeiro. Com relação a dieta com camundongos, apesar de muito utilizada para rapinantes, uma parte considerável é perdida pelas aves no processo de regurgito. Dessa forma, sob as condições deste estudo, recomenda-se a utilização de codornas como fontes proteicas para aves de rapina por apresentar os melhores níveis nutricionais.