CARACTERIZAÇÃO DO REBANHO BOVÍDEO TRANSITADO E RELAÇÃO ABATE/CONDENAÇÕES DE CARCAÇAS EM ABATEDOURO FRIGORÍFICO NO ESTADO DO AMAPÁ
Amazônia Legal; inspeção; rebanho bubalino.
A pecuária amapaense tem apresentado um desenvolvimento significativo ao longo dos anos, consolidando-se como detentora do segundo maior rebanho bubalino da Amazônia Legal. O crescimento do rebanho é especialmente notável entre os bubalinos, que possuem grande capacidade de movimentação para diferentes finalidades. Entretanto, um dos fatores que pode impactar decisivamente o crescimento da cadeia pecuária é a questão sanitária. Diante disso, este estudo teve como objetivo realizar um levantamento sobre a movimentação do rebanho bovino e bubalino no estado do Amapá. Buscou-se identificar o quantitativo de animais de acordo com sua origem, espécie, meio de transporte e finalidade, bem como as principais causas de condenação de carcaças em um abatedouro frigorífico localizado no município de Macapá-AP, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. O estudo adotou uma abordagem documental, descritiva e quantitativa, utilizando dados fornecidos pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do Amapá (DIAGRO), com base nos registros de trânsito e cadastro de propriedades, além dos relatórios de abate do Frigorífico Amazônia Empreendimentos Ltda. (FRIAAP). Das Guias de Trânsito Animal (GTAs) emitidas para bovídeos no Amapá, 79,69% foram destinadas a bubalinos, enquanto apenas 20,31% se refere a bovinos, destacando-se o uso predominante das vias fluviais para transporte. Quanto à origem dos animais no estado, os municípios mais representativos foram Tartarugalzinho, no caso dos bovinos, e Cutias, para o rebanho bubalino. O abate de bubalinos foi a principal atividade, com destaque para os anos de 2019, quando 66,73% dos animais abatidos eram dessa espécie, e 2020, com 69,34%. Entre as patologias diagnosticadas, a tuberculose foi responsável por afetar 374 cabeças bubalinas e apenas 20 bovinos, resultado esperado devido à região de criação dos búfalos e ao menor controle sanitário sobre esses animais. Conclui-se que a pecuária no Amapá tem um expressivo potencial de produção, sendo necessário intensificar o acompanhamento técnico e reestabelecer diretrizes estratégicas para que o estado possa expressar plenamente sua capacidade produtiva.