Estudo molecular e resistência antimicrobiana de Escherichia coli e Salmonella sp. patogênicas isoladas de suínos criados no Estado do Pará
Identificação molecular e resistência antimicrobiana de Escherichia coli patogênicas e Salmonella sp. isoladas de suínos criados no Estado do Pará
Enteropatógenos, suínos, resistência antimicrobiana, Estado do Pará
A carne suína é a principal fonte de proteína animal no mundo e o Brasil se destaca como produtor e exportador mundial de produtos oriundos de suinos. No entanto, na região Norte, a suinocultura caracteriza-se como fonte complementar de renda, e com pouca atenção aos cuidados higiênico-sanitários, o que favorece as de infecções bacterianas entéricas responsáveis por grande impacto na indústria de suínos em todo o mundo, inclusive alguns agentes representam risco para a saúde coletiva. Uma das estratégias mais adotadas para prevenir e controlar as infecções entericas tem sido a terapia antimicrobiana. Entretanto, a falta de critérios para o uso adequado e seguro dos antimicrobianos pode resultar em seleção de bactérias resistentes. No ecossistema amazônico, pouco se conhece a respeito da ocorrência de enterobactérias em suínos destinados ao abate. Deste modo, objetivou-se investigar a ocorrência de Escherichia coli patogênicas e Salmonella sp. em suínos criados no Estado do Pará, além de verificar o perfil de resistência à antimicrobianos das cepas patogênicas, e deste modo, fornecer dados que poderão ser utilizados para melhor direcionar as medidas de controle. Foram colhidas 200 amostras de fezes (swab retal) de suínos procedentes de propriedades localizadas no Estado do Pará e processadas no Laboratório de Enterobactérias do Instituto Evandro Chagas, Ananindeua, PA. Para isolamento de E. coli, as amostras foram semeadas nos caldos Escherichia coli e caldo Gram negativo (GN), incubadas e a seguir semeada em Ágar MacConkey. As colônias suspeitas foram identificadas em TSI (Triplice Açucar Ferro) para posterior caracterização bioquímica. A caracterização do patótipo foi realizada a partir da amplificação através da técnica da PCR (Polymerase Chain Reaction) Multiplex. Para o isolamento de Salmonella sp., amostras foram inoculadas nos caldos de enriquecimento Selenito Cistina e Rappaport e, após incubação, foram semeadas nos meios de cultura seletivos- indicadores SS e em ágar Xilose-Lisina-Descarboxilato (XLD). Colônias suspeitas foram identificadas em TSI para posterior identificação bioquímica e confirmados por PCR. A susceptibilidade aos agentes antimicrobianos dos isolados foi avaliada utilizando o sistema automatizado VITEK® 2 Compact (bioMérieux). Os dados foram tabulados e avaliados através de software estatístico Statistical Analysis System (SAS, 2001), utilizando-se o teste estatístico qui-quadrado (χ2) com nível de significância de 5%. Para determinar os fatores de risco, os resultados das fichas foram tabulados e o teste odds ratios utilizado para cada variável investigada, calculadas considerando como variável dependente o status do animal (positivo ou negativo) para a bactéria patogênica. Dos 200 animais, 39,5% (79/200) apresentaram isolados patogênicos. Destes, foram diagnosticadas pela PCR 22% dos animais com (44/200) E. coli enteropatogênicas, 11% (22/200) E. coli enterohemorrágicas, e 10,5% (21/200) E. coli enteroinvasoras, além de 3% (6/200) com Salmonella sp. Verificou-se amostras resistentes para Ácido Nalidíxico, Sulfametoxazol, Ampicilina, Amicacina, Gentamicina, Ceftriaxona, Cefalotina, Beta-lactâmicos.