USO DE ORGANOIDES INTESTINAIS CANINOS COMO MODELO ALTERNATIVO PARA O ESTUDO DE DOENÇAS GASTRINTESTINAIS
Barreira paracelular. Cães. Clostridium. Epitélio intestinal.
Grande parte do conhecimento nas ciências da saúde relacionadas à fisiologia e morfologia das espécies, desenvolvimento de fármacos, vacinas e técnicas tiveram início com o uso de animais em experimentos laboratoriais. A despeito dos avanços obtidos, a busca de modelos alternativos em substituição aos modelos animais tornou-se uma necessidade real. Nesse contexto, os organoides consistem em um sistema tridimensional de cultura de células que se desenvolvem em um espaço limitado, apresentam diferenciação celular e morfologia semelhante ao órgão de origem, favorecendo seu uso em experimentos espécie-específicos. Atualmente, a interação hospedeiro-patógeno se destaca como o principal ponto de interesse das pesquisas envolvendo a tecnologia organoide. O presente estudo tem como objetivo isolar e cultivar organoides intestinais caninos e avaliar a integridade da barreira paracelular do epitélio por meio da exposição a toxinas purificadas de bactérias do gênero Clostridium. Serão coletados fragmentos do cólon de cães submetidos a eutanásia por causas não relacionadas a doenças gastrintestinais na Universidade de Medicina Veterinária de Utrecht, Holanda. Estes serão submetidos à digestão enzimática, semeados em Matrigel, expandidos em meio de cultura adequado e avaliados quanto a composição celular, funcionalidade e morfologia através de PCR quantitativo em tempo real e imunohistoquímica. A estabilidade genética dos colonoides caninos será analisada por cariotipagem e a função de barreira paracelular por estereomicroscopia de fluorescência. A análise estatística será descritiva e aplicar-se-á o teste de Mann-Whitney para avaliação da expressão gênica e funcionalidade dos colonoides, com intervalo de confiança de 95%.