IDENTIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO in vitro DE MARCADORES MOLECULARES DE TERMOTOLERÂNCIA EM POPULAÇÕES BUBALINAS DE LEITE (Bubalus bubalis) NA AMAZÔNIA
Búfalo; Termotolerância; Aquecimento Global; Estresse; Leite.
A espécie Bubalus bubalis é conhecida mundialmente por serem animais que se adaptam bem ao clima quente e úmido presente nos países tropicais e subtropicais. Entretanto, isso não quer dizer que estes animais não sofrem com o aumento da temperatura ambiental, nos últimos anos o aquecimento global tem provocado percas diretas e indiretas na pecuária, haja vista que animais submetidos a fortes ondas de calor tendem a diminuírem sua produção de leite, além das alterações causadas na composição do leite. Não o bastante, animais submetidos a níveis de estresse moderado ou elevado tem diminuição na reprodução e no sistema imunológico. Por conta disto, há alguns anos veem se procurando medidas que possam amenizar os danos que o estresse térmico pode causar a pecuária, uma das soluções encontradas é a seleção de animais termotolerantes por meio de biologia molecular. Objetivou-se investigar novos marcadores moleculares de termotolerância em búfalas leiteiras. Para identificação dos possíveis polimorfismos de termotolerância foi realizada a coleta de sangue de 104 búfalas leiteiras da raça Murrah, após a extração do DNA foi realizado a reação em cadeia pela polimerase para amplificação da região promotora do gene da proteína de choque térmico 70 com posterior sequenciamento das amostras para identificação dos sítios polimórficos. Em seguida realizou-se a coleta de tecido da pele da região dorsal da cauda de 10 búfalas, sendo 5 caracterizadas como homozigóticas e 5 heterozigóticas; os tecidos foram então tratados e cultivados em meio de cultivo HAM’s e DMEM mais 10% de soro fetal bovino e incubados em estufa à 38,5o C com saturação de 5% de CO2, as células foram cultivadas até a primeira passagem e então procedeu-se o teste de resistência ao calor, sendo que o grupo controle manteve-se em 38,5o C e o grupo teste em 42o C durante 6 horas; com a finalização do teste as amostras passaram pelo teste da viabilidade celular, em seguida foi retirada uma alíquota das células que foi submetida a extração de RNA com posterior analise de expressão gênica. Também foram avaliados os parâmetros ambientais de temperatura e umidade e o índice de conforto prático dos animais. Além disso, utilizou-se a termografia infravermelha para avaliar a temperatura da superfície da pele dos animais. O resultado do sequenciamento demostrou a presença de 15 sítios polimórficos, sendo que uma dessas mutações foi observada em todos os animais da fazenda (C – A) além disso, houve a inserção de uma base (G) na posição 128 em 3 animais e uma deleção (G) na posição 650 em 1 animal, com relação a expressão gênica 1 animal heterozigoto do grupo teste não expressou o gene IFN-γ. Os cálculos do índice de umidade e temperatura revelaram que os animais entre as 07h00 e as 12h00 apresentaram estresse térmico leve e das 13h00 às 14h00 estresse térmico moderado; já o cálculo do índice de condições climáticas de conforto prático para búfalos demostrou que os animais no horário das 12h00 até as 14h00 estavam na zona de perigo.