Fatores pré-abate causadores de lesões em carcaças bovinas
Manejo pré-abate, lesão, bovinos de corte.
A produção cárnea nacional tem evoluído ao longo dos anos e com isso tem almejado entregar produtos superiores qualitativamente, todavia falhas nos mecanismo de gestão e a logística de manejo do gado impactam em grandes perdas de produtos potencialmente bons devido a ocorrência de condenações nas carcaças. Esssa problemática é comum na indústria frigorífica e tem gerado expressivas perdas econômicas, pois que o processo de remoção das lesões nas carcaças influencia na perda de porções comestíveis, na diminuição dos rendimentos, na descaracterização e desqualificação comercial. Dessa forma, o trabalho objetivou evidenciar alguns fatores causadores de lesões nas carcaças de bovinos de corte anterior ao abate, pontuando etapas relacionadas às características inerentes aos animais e ao transporte ao frigorífico. Os dados referentes aos pesos e logística da produção dos 1980 lotes de animais proveniente de 63 cidades do Estado do Pará e abatidos entre maio de 2020 a maio 2021 foram obtidos da base de dados de um frigorífico localizado no município de Castanhal – Pará. A identificação das carcaças lesionadas foi através imagens um banco de imageamento dos lotes também pertencentes ao frigorífico, essas carcaças foram agrupadas em 5 classes de identificação de regiões de lesões, sendo essas: o dianteiro, costelas, lombo, traseiro e generalizadas. Já os fatores considerados como influentes foram o sexo, presença ou não de chifres, frame size, estação amazônicas, condição da pelagem, tipos de veículo de transporte, densidades dos lotes (somente para veículos tipo truck) e distâncias percorridas. Os resultados mostraram que há a maior ocorrência de carcaças lesionadas no traseiro e de forma generalizada, sendo as fêmeas mais vulneráveis. Apesar de não haver diferença na incidência de carcaças lesionadas em relação ao frame size que considera o peso dos animais, no período chuvoso onde os animais tendem a ser mais pesados a média de carcaças lesionadas generalizadas foi de 2,21 ± 3,47 nos lotes possivelmente pela intensificação das intempéries climáticas e consequentemente dificuldades inerentes ao manejo. Quanto às densidades, carregamento abaixo de 200 Kg/m2 e superiores a 600 Kg/m2 tendem a aumentar o número de carcaças com hematomas e por fim destaca-se que houveram diferenças significativas entre as classes de distâncias para todas as regiões. No fim, todas as variáveis detém capacidade de potencializar a incidência de carcaças com lesões expressivas, sendo assim atentar-se para as situações as quais os animais são expostos até o momento do abate são extremamente importantes pois impactam intensamente nos parâmetros produtivos e de interesse comercial.