INFLUÊNCIA DA PANDEMIA DA COVID-19 SOBRE O CONSUMO DE PROTEÍNA ANIMAL E SOBRE A SEGURANÇA ALIMENTAR NA CIDADE DE SANTARÉM-PARÁ
Impactos no Consumo; COVID; Proteína de Origem Animal; Segurança Alimentar; Santarém
Com o surgimento da pandemia da COVID-19, muitas mudanças ocorreram na vida das pessoas e a alimentação foi um dos aspectos mais afetados. Devido as medidas sanitárias adotadas para a contenção da disseminação do vírus, houve alta dos preços, aumento nos índices de desemprego e, por conseguinte, diminuição da renda da população. O poder de compra reduzido pode ter levado as pessoas a um estado de insegurança alimentar. Este trabalho teve como objetivo descrever o consumo de proteína de origem animal e avaliar o impacto da pandemia causada pela COVID-19 sobre a segurança alimentar no município de Santarém, no Pará. Através de um questionário online gerado no Google Forms, 140 participantes responderam de forma anônima a questões sobre preferência e frequência de consumo por tipo de proteína de origem animal, mudanças no consumo devido a pandemia e perguntas sobre segurança alimentar, além de questões socioeconômicas. Para descrever o padrão de consumo no município de Santarém, calculou-se a média de variáveis relacionadas ao consumo. Modelos Lineares (LM’s) foram criados para verificar a relação entre a frequência de consumo e biomassa consumida com as preditoras selecionadas, sendo o melhor modelo escolhido através da Análise de Variância (ANOVA). Nos resultados obtidos, os três tipos de proteína animal preferidos pelos entrevistados foram boi ( = 4,0 [CI 3,7-4,2]), pescado (3,9 [3,7-4,1]) e frango (3,6 [3,3-3,8]), sendo a carne de caça uma das menos preferidas ( = 2,0 [1,7 – 2,4]. Constatou-se que o ovo foi a proteína de origem animal com maior frequência de consumo antes da pandemia ( = 17,8 dias/mês) e a que mais recebeu respostas “aumentou o consumo” (32,7% das citações) durante a pandemia. A carne de caça foi a proteína que recebeu mais citações “deixei de consumir” (32,6%) durante a pandemia e foi a que teve o segundo preço mais alto (21 R$/kg) quando comparada as demais carnes, ficando atrás somente da carne bovina (21,8 R$/kg). Observou-se maior preferência por carne bovina ( = 4,0), contudo esta proteína liderou a frequência da resposta “diminuiu o consumo” (19,3% citações) durante a pandemia.