FLUXOS SUPERFICIAIS DE CO2 E DE ENERGIA EM UM PLANTIO DE PALMA DE ÓLEO DURANTE E APÓS O EL NIÑO 2015-2016 NO LESTE DA AMAZÔNIA
Assimilação de CO2. Fluxos de energia. Palma de óleo. ENOS. Leste da Amazônia.
O El Niño Oscilação Sul (ENOS) 2015-2016, após a década de 1950, foi um dos eventos mais extremos registrado. Na Amazônia, o ENOS, é a causa da redução de precipitação, aumento da radiação solar e temperatura do ar, consequentemente, a umidade do solo é reduzida e o déficit de pressão de vapor elevado. Sendo estas, variáveis que influenciam no desenvolvimento e na produção da palma de óleo. Neste contexto, o objetivo da tese foi quantificar os fluxos superficiais de CO2 e de energia, definindo as variáveis físicas que controlam esses processos sazonal e interanualmente em um plantio de palma de óleo com híbrido interespecífico (HIE) (Elaeis guineensis Jacq x Elaeis oleifera (Kunth) Cortés) no leste da Amazônia durante o período de ENOS (2015 e 2016) e em anos normais (2017 e 2018). Os dados de fluxos de CO2 e de H2O foram calculados pelo método da covariância de vórtices turbulentos (CVT). Os parâmetros fotossintéticos foram estimados pelo ajuste da Curva de resposta à luz (CRL) por um modelo de hipérbole não retangular. As médias do Balanço de CO2 a nível de Ecossistema (NEE) e a taxa máxima de assimilação de CO2 (Amax) foram superiores durante os anos com ENOS, sobretudo no período chuvoso. No ano normal de 2017, a maior assimilação ocorreu no período menos chuvoso. Os fluxos de energia foram maiores nos anos de 2015 e 2016, exibindo altos valores de fluxo de calor sensível (H) e fluxo de calor latente (LE). A maior parte do saldo radiação (Rn) foi utilizada para os processos evapotranspirativos (52 a 74%). Os controles biofísicos como condutância aerodinâmica (Ca), condutância da superfície (Cs) e fator de desacoplamento (Ω) também foram calculados para melhor entendimento do comportamento da palma de óleo. A Cs apresentou maiores valores em 2015 e 2016, indicando maior abertura estomática. Resultado que corroborou com o mesmo período dos máximos encontrados para NEE e LE. A Ca foi superior no período menos chuvoso, sobretudo no ano de 2015, favorecendo as trocas gasosas. No ano de 2015 (ENOS), o Ω (em ambos períodos sazonais) demonstrou que a evapotranspiração foi mais influenciada pela vegetação. As variáveis físicas apresentaram correlações de fracas a fortes com o NEE, H, LE e Cs, dependendo da sazonalidade e do ano. As mais significativas foram radiação fotossinteticamente ativa incidente, déficit de pressão de vapor e umidade do solo. Logo, o híbrido interespecífico demonstrou ser resiliente ao ENOS severo, com o aumento da assimilação de CO2 e do LE. Bem como, foi observado que HIE apresentou comportamentos semelhantes com as florestas amazônicas equatoriais e diferentes aos plantios localizados no sudeste asiático em ano normal.