O processo de biodegradação de madeiras torpicais estocadas no solo e seus efeitos sobre o crescimento inicial de uma planta pioneira.
lixiviação, extrativos, Schizolobium amazonicum, supressão, mineração
Antes e durante a implantação de grandes projetos como usinas hidrelétricas, abertura de rodovias ou atividades de mineração torna-se necessária a supressão de vegetação autorizada. Produtos da biodegradação da madeira gerados nos pátios de estocagem de toras e resíduos de madeira interagem com água de precipitações ou volatilizam podendo causar impacto para o ambiente. O objetivo do trabalho foi verificar se a biodegradação de madeiras tropicais estocadas em diferentes condições afetam as propriedades do solo e o crescimento inicial de mudas da espécie pioneira Schizolobium amazonicum. Para isso, foram selecionadas as madeiras de quatro espécies tropicais: timborana (Pseudopiptadenia suaveolens (Miq.) J.WGRIMES), pau-amarelo (Euxylophora paraensis Huber), tamanqueira (Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke) e para-pará (Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don) coletadas em pátio de estocagem de empresa de mineração de bauxita. Foi realizada a caracterização das propriedades químicas, anatômicas e físicas das madeiras antes e após estocagem no solo. A estocagem foi realizada em três condições: madeira enterrada, posicionada horizontalmente e posicionada verticalmente. Para o solo, foram obtidas as propriedades pH, capacidade de troca catiônica, matéria orgânica, saturação de bases, saturação de alumínio e macronutrientes. Nas mudas germinadas foram analisadas propriedades biométricas, de biomassa e bioquímicas. O bioensaio foi conduzido em casa de vegetação. Os resultados preliminares comprovaram que as propriedades tecnológicas das madeiras de diferentes espécies resultaram em níveis de biodegradação diferentes, sendo a madeira de pau amarelo notavelmente resistente em função das suas propriedades anatômicas e químicas, apesar da densidade básica similar à da madeira de timborana. A intensa degradação da madeira de pará-pará se deu devido à sua baixa densidade básica, enquanto que a madeira de timborana apresentou alta biodegradação apesar de sua alta densidade básica, o que foi, até o momento, atribuído ao alto teor de extrativos facilmente removíveis da madeira. A biodegradação de todas as madeiras modificou as propriedades do solo e afetou negativamente as propriedades biométricas e produção de biomassa das plantas de Schizolobium amazonicum durante o crescimento inicial.