SUSTENTABILIDADE DE AGROECOSSISTEMAS FAMILIARES EM TRANSIÇÃO PRODUTIVA COM SISTEMA AGROFLORESTAL EM MARAPANIM E IGARAPÉ AÇU, PARÁ.
Sistemas agroflorestais, Geotecnologias, Agricultura familiar, Gestão, Educação ambiental, Agricultura itinerante.
Com o avanço das tecnologias na agricultura, ainda é bem comum entre os agricultores a prática da agricultura de corte e queima ou agricultura itinerante. Sendo esse o principal componente de subsistência dos agricultores familiares, no qual defini-se pela retirada da floresta para fins agrícolas, uma forma de uso do solo também conhecida como derruba e queima. O tema desde trabalho tem origem em um conjunto de reflexões realizadas em 1995 onde iniciou-se estudos para o desenvolvimento e alternativas para o preparo de área sem o uso do fogo em propriedades de agricultores familiares. Esta Tese objetivou avaliar a sustentabilidade de agroecossistemas compostos por SAFs como alternativas ao modo de produção convencional (derruba e queima) visando o uso sustentável dos recursos naturais em duas comunidades do Nordeste Paraense. O trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto Tipitamba, constituído de agricultores pertencentes ao projeto em duas comunidades, Novo Brasil, pertencente ao Município de Igarapé Açu e São João, pertencente ao município de Marapanim. Para analise qualitativa foi aplicado um formulário de caracterização, por meio de indicadores em agroecossistemas familiares de forma participativa colheu-se as informações a respeito do agroecossistema, assim como da sua unidade de produção e dos aspectos técnicos envolvidos, para apontar o estado de sustentabilidade dos agroecossistemas amostrados. Para os dados quantitativos das informações coletadas, houve uma sistematização, utilizando-se a ferramenta Microsoft Office Excel 2007. Foi feito o levantamento aerofotogramétrico da área de cada propriedade escolhida previamente, a partir do uso de drone multirrotor de pequeno porte associado a um dispositivo móvel, em seguida foram feitas as classificações das imagens por uso do solo. Nesta etapa, também foram adquiridos os dados no banco digital do INPE, como pontos de incidência de cada foco, produto do satélite AQUA_M-T, dos anos de 2000, 2005, 2010, 2015 e 2019. Todos no formato shapefile, e importados para ambiente SIG utilizando-se o programa Qgis 3.4.9 (versão gratuita para estudantes), com Sistema de Referência de Coordenadas definido em SIRGAS2000, posteriormente empregado técnicas de SIG para a criação de uma superfície de densidades, utilizando o estimador de Kernel. Para analise qualitativa os resultados são apresentados em um gráfico do tipo ameba, permitindo a comparação do conjunto de indicadores entre os sistemas e a análise do nível de sustentabilidade de cada propriedade. Apesar deste método não abordar com profundidade alguns aspectos econômicos e sociais, verificou-se uma evidente sustentabilidade do atual modelo de agricultura+sistema agroflorestal adotado pelos agricultores participantes do projeto. Os resultados para área de classificação do uso do solo, mostrou a heterogeneidade de cada propriedade, com um percentual acima de 50% de área de reserva legal. As propriedades aumentaram a diversificação com ações positivas que indicam sustentabilidade nas propriedades e foi possível diagnosticar que há situações em que é possível e existe um sistema agrícola sustentável sendo praticado. concluir que todos os agricultores entrevistados têm um elevado nível de percepção ambiental. Esta percepção é intrínseca às atividades agroecológicas desenvolvidas em suas unidades produtivas, que por sua vez, expressam uma relação harmoniosa com o ambiente. As ocorrências de foco de calor não foram detectadas nas proximidades das propriedades, mesmo no período do El Ñino, comprovando a eficácia do projeto ao longo desses 19 anos de busca por uso alternativo do solo. Dessa maneira, acredita-se que o trabalho pode proporcionar aos agricultores um mapeamento da situação atual de seus lotes e forneceu-lhes dados relevantes ao planejamento do manejo dos sistemas de produção visando a sustentabilidade destes.