AVALIAÇÃO DA REGENERAÇÃO NATURAL EM CLAREIRAS DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL NO SUDESTE PARAENSE.
Palavras-chave: clareiras, regeneração natural, diversidade florística, dinâmica
florestal, tratamentos silviculturais, Urticaceae
A exploração madeireira realizada de forma convencional ou através do manejo
florestal tem por consequência a formação de clareiras de diversos tamanhos, nessas
áreas inicia-se o processo de regeneração natural. Este trabalho teve por objetivo avaliar
a regeneração natural (RN) de espécies arbóreas de interesse comercial em clareiras de
exploração florestal no sudeste paraense. A partir da formação de clareiras causadas
pela exploração florestal no ano de 2014, foram selecionadas aleatoriamente 40 clareiras
em 2015, onde foram medidas todas as mudas com altura ≥ 30 cm e mensurados a
largura e o comprimento de cada clareira, para o cálculo da área. Foram estabelecidos 4
tratamentos silviculturais sorteados ao acaso para cada clareira, obtendo-se 10 clareiras
para cada tratamento. Cada espécie avaliada foi classificada quanto ao seu nome
científico, família, grupo ecológico e mensurados o diâmetro e altura. Cada clareira foi
classificada quanto em seu tamanho em pequena (área < 100 m²), média (área de 100 m² - 200 m²) e grande (área > 200 m²). As avaliações ocorreram em 2015, 2016 e 2017. A
existência de diferença significativa na densidade por tamanho de clareira foi verificada
por meio de ANOVA e comparação múltipla pelo teste de Tukey a 5% de significância.
A ANOVA foi feita para os dados normais, verificada pelo teste de Shapiro-Wilk a 95%
de probabilidade, e com homocedasticidade, verificada pelo teste de Brown-Forsythe a
95% de probabilidade. Observada a não normalidade e homocedasticidade dos dados
utilizou o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e a comparação múltipla pelo teste
de Dunn a 95% de probabilidade. No universo amostral foram amostrados 4.271
indivíduos distribuídos em 95 espécies, 72 gêneros e 29 famílias. A abundância de
indivíduos observado nas diferentes classes de tamanhos de clareiras foi inferior para
nas clareiras grandes e similar entre as clareiras pequenas e médias, conforme os valores
respectivamente; 5.280; 7.577 e; 7.124 ind./ha. A riqueza nas clareiras pequenas,
médias e grandes foi de 54, 79 e 57 espécies, respectivamente. A clareira pequena
apresentou maior índices de Shannon-Weaver (3,08) e Pielou (0,77). O índice de
Jaccard indica maior similaridade de composição das espécies entre as clareiras grande
e pequena (0,56) e grande e média (0,56). O índice de similaridade de Bray-Curtis, na
qual a combinação clareiras médias e grandes apresentaram maior similaridade (77%),
enquanto que a combinação da clareiras pequenas e médias (68%) e a clareiras
pequenas e grandes (70%). O grupo das pioneiras obtiveram as maiores densidade nas
três classes de tamanho de clareira. Na clareira pequena e média as tolerantes a sombra
obtiveram os maiores números de espécies, já na clareira grande foram as demandantes
de luz. Enquanto que as pioneiras obtiveram menor número de espécies em todos os
tamanhos de clareiras. Considerando toda a comunidade não houve diferença estatística
a 5% de significância para a densidade entre os tamanhos de clareiras (p = 0,153). Para
as espécies da família Urticaceae foi detectada diferença significativa para a densidade
entre os tamanhos de clareiras (p = 0,027), o teste de Dunn indicou existir diferença
entre clareiras pequenas e médias. Para o restante da comunidade não houve diferença a
significativa a 5% de significância para a densidade entre os tamanhos de clareiras (p =
0,142). As análises da dinâmica florestal levam em consideração os períodos de
avaliação da RN e os tratamentos silvilculturais aplicados que ainda estão sendo
processadas. Como principal conclusão, verificou-se menor densidade de regenerantes e
maior dominância de poucas espécies nas grandes clareiras, e por outro lado maior
diversidade nas pequenas clareiras e maior equabilidade da distribuição dos indivíduos
regenerantes entre as espécies.