ASPECTOS FLORÍSTICOS, FITOSSOCIOLÓGICOS E ANÁLISE TEMPORAL DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO - CAPOEIRA DO BLACK, BELÉM, PARÁ
Florestas urbanas, Ecologia, Fitossociologia.
Os fragmentos florestais urbanos apresentam várias importâncias, tanto ecológicas, como econômicas e sociais, porém são intensamente ameaçados por diversos fatores. Os objetivos desse estudo foram conhecer a composição florística, riqueza, estrutura, estágio sucessional e dinâmica de ocupação do solo da comunidade florestal Capoeira do Black, um fragmento de floresta secundária localizado na zona urbana do município de Belém, PA (01°27’00’’ S e 48°49’00’’W). Para o levantamento foi realizado o censo florestal (Inventário a 100%), distribuição amostral de 8 parcelas permanentes (50 x 50m cada) e resgate de um inventário amostral de 16 parcelas de (20 x 20m cada), sendo amostrados todos os indivíduos vivos com um diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 5cm. As espécies foram classificadas, em relação ao estágio sucessional, em grupos ecológicos, subdivididas entre: espécies pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas. Quanto à composição e riqueza, foi feita uma listagem de espécies e calculada a representatividade amostral por entre as diferentes unidades amostrais. A dinâmica de ocupação do solo foi realizada baseada no método Isodata (classificação não supervisionada sob diferentes classes). Foram encontrados 184 espécies, distribuídas em 112 gêneros e 50 famílias. A comunidade apresentou densidade de 264,12 indivíduos.ha-1 (2245 indivíduos) e área basal de 19,07m2/ha, sendo as espécies mais representativas Abarema jupunba, Tapirira guianensis e Nectandra cuspidata. De acordo com a análise multitemporal da vegetação, utilizando o método de classificação por imagens, a área é caracterizada predominantemente como floresta secundária em estágio médio de regeneração, ocupando 8,15 ha ou 96% da área. O fragmento apresenta grande diversidade de espécies e um avançado estágio sucessional, corroborando com a hipótese de que uma floresta secundária com aproximadamente 80 anos de regeneração apresenta características dendrométricas similares a um remanescente de floresta primária.