CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS DE MOGNO-BRASILEIRO (Swietenia macrophylla King.) EM SOLO CONTAMINADO POR COBRE E USO DO BIOCARVÃO COMO ATENUADOR
avaliação nutricional; metal pesado; biochar; espécie florestal.
O cobre (Cu) é um micronutriente essencial para o crescimento e desenvolvimento das plantas, atuando em diversos processos fisiológicos e é encontrado de maneira natural nos solos. Porém, em razão das atividades antrópicas, principalmente a mineração e a agricultura, seus teores edáficos estão elevados. Nas plantas, a quantidade excessiva de cobre limita o crescimento, o desenvolvimento e a produção vegetal. Assim, a utilização do biocarvão mostra-se como uma alternativa viável para indisponibilizar elementos em concentrações tóxicas às plantas. O estudo tem como objetivo avaliar o crescimento e o estado nutricional em plantas de mogno-brasileiro (Switenia macrophylla King.) expostas a toxicidade de Cu no solo e a utilização do biocarvão como atenuador. O experimento foi realizado na Universidade Federal Rural da Amazônia - Campus Belém. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, que foram constituídos pelo tratamento controle (sem Cu), três doses de Cu (200, 400, e 600 mg Cu kg-1), três níveis de biochar de caroço de açaí (BCA) (0%, 5% e 10%) proporcional a quantidade de solo utilizado nos vasos, totalizando 60 unidades experimentais. As mudas foram produzidas através de propagação seminal em ambiente controlado, para garantir que se desenvolvessem e germinassem de forma uniforme, e após isso foram transplantadas para as unidades experimentais e foram cultivadas por 90 dias após o plantio definitivo. As plantas foram divididas em folhas, caule e raízes, e secas em estufa a 65 °C até atingirem massa constante, e em balança de precisão foi determinada a massa seca da parte aérea (MSPA), a massa seca do caule (MSC) e a massa seca da raiz (MSR). Os resultados evidenciaram interação significativa entre as doses de cobre (Cu) e as concentrações do biocarvão de caroço de açaí (BCA) para as variáveis massa seca das folhas (MSF), massa seca do caule (MSC) e massa seca da raiz (MSR). Já na variável biomassa total, ocorreu efeito isolado significativo para as doses de Cu e para as concentrações do BCA. Na MSF, o BCA na proporção de 5% alcançou maior quantidade de MSF quando se aplicou a dose de 400 mg kg-1 Cu. Plantas com 10% de BCA mostraram crescimento de MSF na concentração de 200 mg kg-1 Cu no solo em relação as plantas que não receberam nenhuma concentração de Cu. Na MSC, as plantas com 5% de BCA nas três concentrações (200, 400 e 600 mg kg-1 Cu) apresentaram aumento quando comparadas aos tratamentos controle sem as doses de Cu. Nas plantas com BCA a 10%, apenas a concentração de 400 mg kg-1 Cu diferiu das plantas com o tratamento sem Cu, apresentando crescimento. Na MSR, observou-se um aumento nas concentrações tanto de 200 mg kg-1 Cu quanto de 400 mg kg-1 Cu ao aplicar-se o biocarvão a 5%, quando comparado às plantas onde não se utilizou Cu no solo. Na biomassa total, as plantas com as doses de 200, 400 e 600 mg kg-1 de Cu demonstraram aumento quando comparadas ao tratamento controle. Nas proporções de biochar de caroço de açaí (BCA) na biomassa total não se verificou diferenças para a proporção de 5% de BCA em comparação com as plantas que não receberam BCA, todavia, com o acréscimo de 10% de BCA ocorreu redução na biomassa total. O BCA conseguiu atenuar os efeitos da toxicidade do Cu. O BCA a 5% melhorou o crescimento das plantas, reduzindo a atividade do Cu até a concentração de 600 mg kg-1 de Cu.