RESTAURAÇÃO DE FLORESTA RIPÁRIA CONVERTIDA EM PASTAGEM NO NORDESTE DO PARÁ, BRASIL
métodos de restauração; gramíneas exóticas; sucessão secundária.
Dentre as tipologias florestais amazônicas atingidas pelo desmatamento estão as florestas ripárias. Apesar da importância, florestas ripárias no Nordeste do estado do Pará estão sob crescente pressão das atividades antrópicas. O desmatamento para implantação de cultivos agrícolas e pastagens tem gerado degradação dessa vegetação, portanto além da recomposição da vegetação é necessário criar condições para que o ecossistema restaure a sua integridade ecológica, sua biodiversidade e atinja a estabilidade a longo prazo. Desta forma, essa dissertação teve por objetivo investigar pelo período de 22 meses a: (1) trajetória da sucessão secundária em uma floresta ripária convertida em pastagem que foi submetida ao método de estímulo ao banco de sementes do solo; (2) avaliar a performance das espécies árboreas introduzidas através de sementes e através de mudas e (2) avaliar a composição florística e a estrutura florestal de uma floresta ripária convertida em pastagem quando submetida a introdução de espécies florestais via sementes e introdução de espécies florestais via mudas. O controle inicial de gramíneas exóticas com herbicida e posterior revolvimento do solo diminuiu a dominância de cobertura do solo com gramíneas do gênero Brachiaria e acelera o processo de regeneração natural das espécies nativas, inicialmente com elevada densidade de indivíduos e espécies herbáceas, mas com aumento gradativo do estabelecimento de espécies arbustivo-arbóreas. A estrutura florestal, aos 22 meses, é composta por poucos indivíduos de espécies arbóreas pioneiras colonizadoras de áreas degradadas. Até o momento, poucas espécies do fragmento de floresta ripária estão presentes na área em restauração, o que pode estar associado a composição florística da floresta, com espécies características de estágio de sucessão mais avançado. A introdução de espécies via sementes apresenta bons resultados, com elevada germinação e sobrevivência da maioria das espécies. As espécies introduzidas via mudas apresentou boa sobrevivência até o período de 22 meses. Quanto ao crescimento, nos dois tratamentos algumas espécies crescem mais rápido que outras, o que está muito relacionado ao grupo ecológico a que pertencem. A introdução de espécies arbóreas através mudas contribui com o aumento da diversidade florística mais do que a introdução via sementes. Quanto ao processo de estruturação florestal, os dois tratamentos apresentam bons resultados em altura média e diâmetro.