PROPRIEDADES BIOENERGÉTICAS E UM DISPOSITIVO PRÁTICO DE ABERTURA DO OURIÇO DA CASTANHA DO BRASIL
Poder Calorífico Superior, Bioenergia, Lignocelulósicos, Pirólise, Mecânica, Cinética
A Castanha do Brasil é uma das principais exportações não madeireiras da Amazônia, sendo 5% da fruta composta por resíduos. A comunidade amazônica que colhe essas castanhas pode se beneficiar do uso sustentável dessa biomassa. Este trabalho compreende três etapas: (i) revisar as pesquisas e tecnologias atuais para o potencial sustentável dos resíduos da Castanha do Brasil, (ii) projetar e produzir um dispositivo capaz de ajudar as comunidades locais a descascar as castanhas do Brasil com facilidade e (iii ) para avaliar o potencial energético da biomassa e do carvão vegetal do mesocarpo fresco e degradado da Castanha do Brasil (BNS). A revisão da literatura mostrou que os resíduos da Castanha do Brasil são adequados para conversão em muitos bioprodutos e biocombustíveis. No entanto, a carbonização é aplicada hoje em dia. O método atual de carbonização de resíduos de BNS deixa grande parte do resíduo parcialmente carbonizado, o que diminui o valor de mercado. Esse resultado indesejado ocorre principalmente porque a forma dos resíduos prejudica a carbonização. Como a casca da noz-do-pará tem propriedades físicas e resistência notáveis, é difícil cortá-la em um formato adequado para a carbonização tradicional. Portanto, foi desenvolvido neste trabalho um dispositivo para o corte rápido, seguro e eficiente da BNS para posterior carbonização sem prejudicar as castanhas comestíveis. O dispositivo em si é basicamente uma modificação para o Mitre Saw Vonder Sev857 para segurar e abrir castanhas-do-Pará. O dispositivo está em fase de montagem para testes posteriores. Amostras frescas de mesocarpo BNS apresentaram maior valor calórico de 4797 kcal/kg, enquanto amostras degradadas de BNS mesocarpo apresentaram menor valor calórico de 4.600 kcal/kg. A análise termogravimétrica indicou que as amostras de mesocarpo de BNS frescas e degradadas são adequadas para carbonização e têm potencial energético, mas se comportam de maneira diferente fornecendo carvões com qualidade diferente. No geral, a degradação das cascas de nozes no chão da floresta diminui sua qualidade energética.