DINÂMICA DE POPULAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA PALMEIRA BABAÇU (Attalea speciosa Mart. ex Spreng.) NO PROJETO DE ASSENTAMENTO BENFICA, ITUPIRANGA, PARÁ
Palmeiras; Sensoriamento remoto; Estrutura populacional; Modelagem matemática, Amazônia
O objetivo deste trabalho foi fornecer informações que auxiliem as políticas públicas no estabelecimento de uma gestão sustentável do babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng) a partir de estudos sobre a dinâmica de população e a distribuição espacial da palmeira babaçu no Projeto de Assentamento Benfica, localizado no município de Itupiranga, Estado do Pará. Os objetivos específicos foram: analisar a estrutura de população do babaçu em diferentes habitats; analisar a dinâmica do babaçu em função do nível de exploração; e analisar a detecção automática de palmeiras em imagens de altíssima resolução espacial (GeoEye, 0,50 m). Foram estudados cerca de 5000 indivíduos de babaçu de seis estágios de vida (da plântula ao adulto) em áreas de florestas (n=4), pastagens de diferentes idades (n=17) e babaçuais (n=4). Os dados estruturais obtidos anualmente (2013-2016) foram: número de folhas, tamanho do pecíolo, altura total, altura do estipe, diâmetro a 30 cm do solo, diâmetro à altura do peito (DAP) e circunferência da coroa. Para a detecção automática foi utilizado o algoritmo “Compt-palm” em uma imagem GeoEye (0,50 m) de 2013 e validamos as informações espaciais com metodologias de campo (levantamento estrutural e georeferenciamento). Para simulação da dinâmica da espécie em função de diferentes níveis de exploração (10%, 25%, 50%, 75% e 100% de coleta dos frutos) foi utlizado um modelo hierárquico bayesiano. O algoritmo de detecção reconheceu indivíduos de dois estágios de vida (estágios 5 e 6) e o resultado da detecção (75,45% de qualidade) de palmeiras em áreas naturais não plantadas foi considerado promissor. Os estudos indicaram que a estrutura populacional do babaçu é diferente entre os habitats, principalmente entre os ambientes secundários (pastagem e babaçual) e florestas primárias. E os resultados das simulações revelaram que as taxas de coleta de 50% ou 75% são consistentes com uma população viável por 15 anos. Essas informações poderão auxiliar as políticas públicas no estabelecimento de uma gestão sustentável da espécie e vem atender à demanda social sobre a disponibilidade do recurso e as previsões de evolução da população do babaçu em função do nível de exploração.