CRESCIMENTO E METABOLISMO BIOQUÍMICO EM MUDAS DE DENDÊ Elaeis guineensis Jacq. NA VARIEDADE DELI X LAMÉ ACOMETIDAS Á DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ALUMÍNIO.
Solos ácidos.Toxidez.Biometria.Estresse Oxidativo.
Estudos têm mostrado que o Al+3 prejudica o crescimento e o desenvolvimento de plantas sensíveis, como também mostrado a existência de plantas resistentes e/ou tolerantes. O excesso de alumínio, além de inibir a formação normal da raiz, interfere nas reações enzimáticas, na absorção, transporte e uso dos nutrientes pelas plantas. Diante do exposto, o presente trabalho objetivou avaliar os efeitos da aplicação de doses de alumínio no crescimento e no metabolismo de mudas de dendê Elaeis guineensis Jacq. O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia, em Belém, Pará, no período de agosto de 2015 a janeiro de 2016, sendo as análises bioquímicas e fisiológicas realizadas no Laboratório de Estudos da Biodiversidade em Plantas Superiores (EBPS), estabelecido no mesmo local. As mudas de dendê na variedade Deli x Lamé com cinco meses de idade, foram cedidas pela empresa ADM (Archer Daniels Midland), localizada no município de Concórdia/PA, originadas da Embrapa Amazônia Ocidental-AM. O delineamento experimental foi em DIC-Delineamento Inteiramente Casualisado, com 5 repetições, sendo uma planta uma unidade experimental, onde foram aplicadas as dosagens de alumínio de 0 mg L-1, 10 mg L-1, 20 mg L-1, 30 mg L-1 e 40 mg L-1 de Al+3, sendo este cátion, adicionado na forma de cloreto de alumínio hexahidratado 95% (AlCl3.6H2O). Perfazendo um total de 25 plantas analisadas. As características morfológicas e as respostas bioquímicas foram analisadas ao término do experimento. A maioria das características de crescimento das mudas de dendê Elaeis guineensis Jacq. foram influenciadas negativamente com o aumento das dosagens de AlCl3. Observou-se um decréscimo na maioria das características biométricas analisadas, com a dosagem máxima aplicada. Observando as menores médias de Altura, Número de folhas, Número de folhas diferenciadas, MSPA-Matéria Seca da Parte Aérea, MST-Matéria Seca Total, MSPA/MSR-Matéria Seca da Parte Aérea/Matéria Seca da Raiz, nas plantas que receberam a dosagem de 40 mg L-1 de Al+3. Em relação aos parâmetros bioquímicos analisados, verificou-se que o aumento das dosagens de AlCl3, promoveram um maior VE-Vazamento de Eletrólitos. É admitido que o Al3+ afete a fluidez da membrana por alterar o ambiente químico dos lipídios da membrana, provavelmente, por formar ligações entre as regiões polares dos fosfolipídios. O aumento nas concentrações de NO3- e de NH4+ nas raízes, podem estar relacionados a interferência do Al+3 no metabolismo de algumas enzimas, entre elas a RN-Redutase do Nitrato. Que apresentou uma redução em sua atividade no tratamento que recebeu a maior dosagem de 40 mg L-1de Al+3. O aumento nas concentrações de aminoácidos, proteínas e carboidratos nas folhas e raízes, podem estar relacionados com a grande competição do Al+3 por componentes ligantes da membrana plasmática. A diminuição do conteúdo de clorofila provoca uma perturbação na homeostase celular redox, visto que esta molécula desempenha a função de aceptor de elétrons, aumentando assim a produção de EROs. Vários trabalhos têm mostrado que íons de Al+3 aumentam a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e aumentam a peroxidação de lipídios de membrana.