DINÂMICA DE SERAPILHEIRA EM ÁREAS SUBMETIDAS A DIFERENTES MÉTODOS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL, PARAGOMINAS, PARÁ, BRASIL
mineração de bauxita; recuperação ambiental, plantio de mudas nativas, regeneração natural, indicadores de restauração florestal.
O processo de restauração de florestas anteriormente degradadas pela mineração cresceu continuamente nas duas últimas décadas e o monitoramento desses ambientes faz-se necessário. A serapilheira é considerada um bom indicador ambiental e deve ser utilizada na avaliação de florestas em restauração. O estudo foi conduzido na empresa Mineração Paragominas S.A., localizada no município de Paragominas, de onde se extrai bauxita desde 2007, utilizando-se primordialmente dois métodos para restauração florestal, sendo: plantio de mudas nativas (PM) e indução da regeneração natural (RN). Neste sentido, a hipótese testada é de que: o método RN é o mais eficaz quanto a produção, decomposição, capacidade de retenção hídrica e qualidade nutricional da serapilheira em áreas de restauração, pois o predomínio inicial de espécies pioneiras de rápido crescimento contribuem para o aumento e melhoria dessas características, quando comparado ao método de PM de diversas espécies, aproximando-se dessa maneira de um fragmento de floresta nativa (FF), utilizado neste trabalho como referência. Com isso, objetivou-se contrastar o aporte (a), estoque e capacidade de retenção hídrica no período seco e chuvoso (b), além de avaliar o aporte de macro e micronutrientes nos ecossistemas de PM, RN e FF (c). A serapilheira aportada foi coletada mensalmente de setembro de 2014 a outubro de 2015, também se realizou coletadas estáticas trimensalmente com auxílio de um gabarito, para efeito de cálculos de ecomposição, renovação e estimativa da capacidade de retenção hídrica (CRH) da serapilheira. Todo material, após coletado, foi triado em 5 frações (folhas, galhos finos, material reprodutivo, galhos grossos e miscelânea) no aporte e três (folhas, galhos e miscelânea) no estoque. A deposição, taxa de decomposição, e CRH da serapilheira acumulada foi maior nas áreas de FF e RN, com as maiores médias de massa seca aportadas nos meses com menor pluviometria e maior temperatura. A deposição da fração folhas foi a mais representativa, com 91,67, 79,66 e 82,81% nas áreas de RN, FF e PM respectivamente. A CRH foi maior no período chuvoso,
com maiores médias da fração folhas estocada nas áreas de RN e FF, no entanto, não ocorreu
diferença de massa seca total entre os ecossistemas nem entre os períodos de avaliação. O
método de RN mostrou-se mais eficiente quando comparada ao PM, podendo ser expandido
para novas áreas, sobretudo onde as características do topsoil apresentem uma boa aptidão
para essa finalidade.