Biodegradação de madeiras de espécies tropicais afetam o desenvolvimento vegetal
lixiviação, extrativos, Schizolobium parahyba, supressão, mineração
Para implantar e conduzir usinas hidrelétricas, rodovias ou atividades de mineração, torna-se necessária a supressão da vegetação nativa. Nestas situações, produtos da biodegradação da madeira gerados nos pátios de estocagem de toras e resíduos de madeira interagem com água de precipitações ou volatilizam podendo causar impacto no ambiente e prejudicando futuros esforços de recuperação de áreas degradadas. O objetivo deste trabalho foi verificar se a biodegradação de madeiras tropicais estocadas em diferentes condições afetam as propriedades do solo e o crescimento inicial de mudas da espécie pioneira Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber exDucke) Barneby. Foram selecionadas as madeiras de quatro espécies tropicais: timborana (Pseudopiptadenia suaveolens (Miq.) J.WGRIMES); pau-amarelo (Euxylophora paraensis Huber); tamanqueira (Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke); e para-pará (Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don) coletadas em pátio de estocagem de uma empresa de mineração de bauxita. Foi realizada a caracterização das propriedades químicas, anatômicas e físicas das madeiras antes e após estocagem no solo durante 60 dias, em três condições: madeira enterrada, posicionada horizontalmente e posicionada verticalmente (parcialmente enterrada), em relação ao substrato contido no vaso. Para o solo, determinou-se o pH, a capacidade de troca catiônica, o conteúdo de matéria orgânica, a saturação de bases, a saturação de alumínio e os macronutrientes. Nas mudas germinadas, foram analisadas propriedades biométricas, de biomassa e bioquímicas. O bioensaio foi conduzido em casa de vegetação. As espécies resultaram em níveis de biodegradação diferentes, sendo a madeira de pau amarelo notavelmente resistente à biodegradação em função das suas propriedades anatômicas e químicas, apesar da densidade básica similar à da madeira de timborana. A intensa degradação da madeira de pará-pará se deu devido à sua baixa densidade básica, enquanto que a madeira de P. suaveolens apresentou alta biodegradação apesar de sua alta densidade básica, o que foi, atribuído à alta proporção de extrativos facilmente removíveis da madeira. A biodegradação de todas as madeiras modificou as propriedades do solo e afetou negativamente as propriedades biométricas e produção de biomassa das plantas de Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber exDucke) Barneby durante o crescimento inicial.