RESTAURAÇÃO DE ECOSSISTEMAS DEGRADADDOS PELA MINERAÇÃO: MÉTODOS, INDICADORES ECOLÓGICOS E SELEÇÃO DE ESPÉCIES PARA IMPLANTAÇÃO FLORESTAL.
Exploração mineral; áreas degradadas; restauração florestal; métodos de recuperação; monitoramento periódico; avaliação de indicadores; ecossistema de referência.
A mineração industrial contribui significativamente para o desenvolvimento da sociedade e concomitantemente ocasiona inúmeros impactos ambientais, como a supressão vegetal. Neste sentido, o objetivo desta tese foi determinar e avaliar os principais métodos, indicadores ecológicos e espécies para implantação em ecossistemas minerados. No primeiro capítulo, foi realizado uma análise bibliométrica sobre recuperação de ecossistemas degradados a nível global, enfatizando os principais métodos e indicadores de desempenho. 700 artigos foram amostrados de 1990 a 2018, com crescimento exponencial do número de publicações ao longo do tempo, sendo que, os principais trabalhos foram realizados no Brasil, Austrália, Estados Unidos e China. Foram identificados quatro métodos de recuperação, com o plantio de mudas e semeadura direta sendo os principais. Dos indicadores, os mais frequentes foram os funcionais, com destaque para os edáficos. Para o segundo capítulo, foi feito uma revisão sobre a importância econômica da mineração para o estado do Pará, bem como as suas consequências ambientais, métodos de recuperação, indicadores de monitoramento e perspectivas em relação ao tema. Os resultados demostraram que a mineração proporciona recursos monetários para melhoria da sociedade, a exemplo a Compensação Financeira por Exploração Mineral (CEFEM). Várias lacunas devem ser superadas para que a restauração seja bem-sucedida, como: a) questões edáficas; b) carência de sementes e mudas; c) escolha inadequada de espécies vegetais; d) erros de implantação e distribuição de espécies no sítio; e) ausência de monitoramento e; f) a falta de profissionais qualificações. As perspectivas são de que na restauração pós mineração sejam utilizados frequentemente os Veículos Aéreos Não Tripuláveis (VANTs); a
utilização de resíduos orgânicos; o manejo adequado do topsoil; a participação mais incisiva de comunidades tradicionais; a seleção de espécies-chave para o plantio, com o uso de fungos micorrízicos arbusculares e o estabelecimento de uma lista de indicadores com valores de referência. O terceiro e quarto capítulos foram realizados no município de Paragominas, PA. Sendo que, o objetivo do primeiro foi selecionar espécies florestais arbóreas para implantação em ecossistemas pós exploração mineral, para isso, foram selecionados cinco ecossistemas com diferentes idades de implantação e por meio das variáveis taxa de sobrevivência e incremento médio em diâmetro e altura foram selecionadas 30 espécies aptas ao plantio inicial. No quarto capítulo, comparou-se três ecossistemas em restauração com uma floresta de referência. Para atender essa expectativa, indicadores ecológicos de composição, estrutura e função foram avaliados. Os ecossistemas em processo de restauração diferiram da floresta de referência, principalmente para os indicadores de composição e estrutura, como os índices de diversidade, grupos ecológicos, densidade da regeneração natural e cobertura do solo pela vegetação. Diante disto, essa tese demostra o crescimento e a importância em escala global e regional da restauração de ecossistemas degradados pela mineração, havendo a necessidade de mais investimento em capital humano egestão para restauração florestal.