Banca de QUALIFICAÇÃO: JOYCE ANANDA PAIXÃO DUARTE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOYCE ANANDA PAIXÃO DUARTE
DATA : 24/07/2019
HORA: 08:30
LOCAL: ICA SALA 1
TÍTULO:

ASPECTOS DA ECOLOGIA REPRODUTIVA DE Euxylophora paraensis Huber EM UM FRAGMENTO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE PARAGOMINAS-PARÁ.


PALAVRAS-CHAVES:

Pau-amarelo; fragmentação florestal; regeneração natural; fenologia; Amazônia


PÁGINAS: 50
RESUMO:

RESUMO

Na Amazônia brasileira, os fragmentos florestais têm aumentado de forma alarmante na região, levando muitas espécies à extinção local. Euxylophora paraensis Huber é uma espécie endêmica do norte do Brasil que apresenta ocorrência natural restrita a apenas os estados do Pará e Maranhão. A limitação demográfica, a intensa exploração madeireira e o aumento do desmatamento em áreas de sua ocorrência natural fizeram com que esta espécie entrasse na lista de espécies ameaçadas em extinção classificada como “Criticamente em Perigo”. O avanço da fragmentação e a ameaça de extinção de E. paraensis, motivou este trabalho cujo objetivo é entender alguns aspectos da biologia reprodutiva da espécie, como a fenologia e a regeneração natural em um fragmento florestal no município de Paragominas - Pará, tendo em vista sua resiliência e manutenção de populações na floresta. Foram feitas observações fenológicas vegetativas e reprodutivas mensalmente durante o período de cinco anos (2013 – 2017) em 38 indivíduos, sendo: 25 matrizes em área de borda, cinco matrizes em área intermediária e sete matrizes no interior do fragmento. Para caracterizar a fenodinâmica da população de E. paraensis, foram calculados mensalmente os índices de atividade e de intensidade das fenofases vegetativas e reprodutivas. Foi calculada a sincronia das fenofases nos diferentes ambientes (borda, intermediário e interior do fragmento) durante o período observado. Para relacionar os fatores abióticos (precipitação, temperatura média, horas com sol e radiação) com as fenofases (foliação, botão floral, flor e frutificação) foi utilizada a correlação de Spearman. Para quantificar a regeneração natural, foram selecionadas dez matrizes, cinco em cada ambiente (borda e interior do fragmento), com indivíduos regenerantes próximo à árvore-matriz. Foi feita a comparação da densidade de indivíduos na borda e no interior usando um delineamento fatorial 2x2, sendo os fatores o ambiente (borda e interior) e tamanho de indivíduos (<300cm altura e ≥ 300 cm altura). O Incremento Periódico Anual (IPA) do diâmetro e da altura foi calculado individualmente para cada planta que permaneceu viva durante todas as medições. Para verificar a relação da distribuição da regeneração natural com a distancia da árvore matriz e a área de copa, foi calculada a correlação de Pearson seguida de Análise de Regressão Linear. O padrão de distribuição espacial de E. paraensis foi determinado usando-se o Índice de Morisita (IM) e o nível de significância obtido pelo teste Qui-quadrado. E. paraensis é uma espécie perenifólia, onde a queda e o brotamento de folhas ocorrem simultaneamente e a copa não perde totalmente suas folhas. As fenofases reprodutivas são anuais. A população apresentou botão floral, flor e fruto uma vez ao ano em todo período observado. Houve sincronia elevada entre os ambientes (borda, intermediário e interior) para todas as fenofases reprodutivas, sendo a frutificação mais sincrônica em áreas mais internas do fragmento. A correlação das fenofases reprodutivas com as variáveis climáticas foi altamente significativa, sendo a precipitação a única variável correlacionada negativamente, onde a emissão de botões florais, a abertura das flores e a presença de frutos iniciam com o final da estação chuvosa. Registrou-se 599 indivíduos regenerantes vivos encontrados no último monitoramento. A densidade da regeneração não foi significativa entre os ambientes, porém há uma tendência de o interior do fragmento ter maior número de indivíduos adultos e na borda indivíduos nos estágios mais iniciais de vida. Observou-se maior desenvolvimento diamétrico da regeneração natural situada na borda do fragmento (ANOVA, p < 0,01), independentemente do tamanho do indivíduo. Quanto ao incremento em altura, o ambiente e o tamanho dos indivíduos foram altamente significativos (ANOVA, p < 0,001). Os indivíduos maiores (>300cm) incrementam mais em altura tanto em área de borda quanto no interior do fragmento. Para a população de E. paraensis, o índice de Morisita indicou um padrão de distribuição espacial agregado (IM = 1,35; χ² = 16,92), sendo influenciado, provavelmente, pelo tipo de dispersão das sementes concentradas próximas à planta mãe. Os resultados demonstram que a população de E. paraensis tem sua ecologia reprodutiva influenciada pela fragmentação florestal e pelo clima da região. Na área de borda há um favorecimento no estabelecimento da regeneração natural e a emissão dos botões, flores e frutos é iniciada após o término do período chuvoso.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 142.060.489-91 - JOSE NATALINO MACEDO SILVA - Oxford
Externo à Instituição - WILLIAM DE OLIVEIRA SABINO - MPEG
Externo à Instituição - NOEMI VIANNA MARTINS LEÃO - EMBRAPA
Externo à Instituição - GUSTAVO SCHWARTZ - EMBRAPA
Externo à Instituição - EDSON MARCOS LEAL SOARES RAMOS - UFPA
Notícia cadastrada em: 24/06/2019 09:57
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação - (91) 3210-5208 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa3.sigaa3