Padrões de diversidade florística em mosaicos agrícolas do Estado do Pará
Sucessão florestal; Riqueza de espécies; Grupos Ecológicos; Paisagens; Tipos de Uso da Terra
Mudanças no tipo de uso da terra têm sido apontada como a principal causa de perda da biodiversidade global. Em paisagens tropicais, essas mudanças formam mosaicos de múltiplos tipos de uso da terra, onde sistemas agrícolas estão interligados a remanescentes florestais em diferentes níveis de distúrbios antropogênicos. Neste contexto, esta tese busca avaliar como a diversidade florística responde aos diferentes tipos de uso da terra instalados em três mosaicos agrícolas derivados da agricultura familiar no sudeste do Estado do Pará. Fatores como avanço do processo sucessional, riqueza e raridade de espécies e similaridade florística foram utilizados para definir o potencial de conservação da biodiversidade nos diferentes mosaicos agrícolas. O estudo foi realizado nos assentamentos rurais de Palmares II, Maçaranduba e Travessão 338-S, localizados nos municípios de Parauapebas, Nova Ipixuna e Pacajá, respectivamente. O inventário florístico foi realizado em 45 parcelas por mosaico, em um total de 135 parcelas, e considerou três estratos florísticos. Os resultados indicam que o maior potencial de conservação da biodiversidade em mosaicos agrícolas está associado à maior cobertura florestal, menor tempo de intervenção humana e maior conservação dos remanescentes florestais, enquanto que a alta fragmentação da paisagem, menor cobertura florestal e maior perturbação das florestas remanescentes estão associadas ao menor avanço sucessional, menor riqueza de espécies e alta heterogeneidade ambiental. Entre os cultivos agrícolas, os plantios arbóreos apresentaram a maior capacidade de regeneração florestal, enquanto que pastos e cultivos anuais apresentaram menor biodiversidade. Apesar disso, as espécies florestais presentes nos cultivos agrícolas nos apresentam um panorama da quantidade de espécies, mesmo que com certa raridade, que podem permanecer em ambientes abertos mesmo após alterações antrópicas no uso do solo.