Rumo à melhora da carbonização do ouriço castanha-do-brasil na Amazônia: propriedades bioenergéticas e tecnologia prática para corte
Poder Calorífico Superior, Bioenergia, Lignocelulósicos, Pirólise, Mecânica, Cinética
A Castanha do Brasil é uma dos principais itnes de exportação não madeireiros da Amazônia, sendo 85% da fruta composta por resíduos de sua colheita e descascamento anualmente disponíveis. As comunidades extrativistas da Amazônia poderiam se beneficiar do uso sustentável desta biomassa. Este trabalho compreende três etapas: (i) revisar as pesquisas e tecnologias atuais para o uso sustentável dos resíduos da castanha-do-pará, (ii) projetar e produzir um dispositivo capaz de ajudar as comunidades locais a descascar as castanhas-do-pará com facilidade e (iii) avaliar o potencial energético da biomassa e do carvão vegetal do mesocarpo fresco e degradado da castanha-do-brasil (BNS). Os resíduos da Castanha do Pará são adequados para conversão em muitos bioprodutos e biocombustíveis. No entanto, a carbonização é a tecnologia mais aplicada hoje em dia. O método atual de carbonização de resíduos de BNS deixa grande parte do resíduo parcialmente carbonizado, o que diminui seu valor de mercado. Esse resultado indesejado ocorre principalmente porque a forma dos resíduos prejudica a carbonização. Como o ouriço possui propriedades físicas e de resistência mecânica excepcionais, é difícil cortá-la em um formato adequado para a carbonização tradicional. Portanto, foi desenvolvido um dispositivo para o corte rápido, seguro e eficiente da BNS para posterior carbonização sem prejudicar as castanhas comestíveis. Amostras frescas de mesocarpo BNS apresentaram maior poder calorífico de 4797 kcal/kg, enquanto das amostras degradadas doi de 4.600 kcal/kg. A análise termogravimétrica indicou que as amostras de mesocarpo de BNS frescas e degradadas são adequadas para carbonização e possuem potencial energético. A análise química imediata de carvão e biomassa de amostras frescas de mesocarpo de BNS, juntamente com o poder calorífico e a densidade de energia do carvão de amostras frescas e degradadas, serão realizadas em breve.